Acostumado a atuar em casos judiciais onde crimes diversos já tiraram outras vidas, desta vez o promotor aposentado Romildo Ramos da Silva, 80 anos, assumiu um protagonismo em um caso criminal envolvendo seus parentes. Pai da bacharel em direito Maria Emília Guimarães, 39, avô de Miguelzinho, 3, e Marcelinha, 5, e sogro do advogado trabalhista Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, 46, ele e sua família vivem dias de angústia e luto. De uma vez só perdeu prematuramente a filha e o neto e acompanha de forma dolorida a recuperação do genro e da neta. Apoiado na solidariedade de amigos e colegas que fazem o Ministério Público, Romildo Ramos mostrou confiança na Justiça e na Polícia para apurar o caso, que ele classificou como “indesculpável”.
“Estamos desolados. Estamos revoltados por causa da irresponsabilidade de uma pessoa, que foi definida como autor do crime. O que ele fez é indesculpável, é inadmissível. Mesmo que não tenha sido o propósito que acontecesse isso”, disse. A pessoa em questão é João Victor Leal, de 25 anos, que atingiu com brutalidade o carro da família Motta Silveira, na noite do último domingo, no cruzamento da Estrada do Arraial com a rua Cônego Barata, no bairro da Tamarineira. “Como promotor a gente se depara com toda espécie de crime. De ações criminosas até piores do que essa, mas não se justifica nenhuma. Agora a gente sabe na pele. Foi toda uma família (atingida), e a minha neta está em estado grave”, prossegue no relato emocionado. Ela é o principal motivo de preocupação de todos atualmente, com visitas diárias dos avós e avôs. Neste primeiro contato com a imprensa, o promotor aposentado destacou que está recebendo ajuda de muita gente e que os demais filhos dele, também da área jurídica, estão “unidos para fornecer a polícia tudo o que for necessário” para o andamento das investigações.