O brasileiro deve economizar mais dinheiro e deve quitar as suas dívidas em 2019. Cerca de 51% devem juntar dinheiro para ter um orçamento financeiro mais organizado, e outros 37% pretendem sair do vermelho segundo um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O levantamento também aponta que 58% dos brasileiros acreditam que a crise econômica ainda irá gerar reflexos nos investimentos e no orçamento diário neste ano. Esse é o caso da estudante Sylvia Oliveira, de 21 anos, que pretende em 2019 estruturar o seu orçamento, mas não tem certeza do cenário econômico para isso.
“Eu quero poupar os gastos, para passar o ano com as contas mais controladas, estou terminando uma graduação e preciso começar a investir em especializações, e gastar realmente no que for necessário, e no futuro tenha estabilidade. A minha esperança é de que o mercado colabore e que a economia não fique tão instável”, disse.
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a pesquisa retrata que a crise econômica ainda vai interferir a vida da população, mas que no fim das contas ainda pode-se investir. “O que a gente vê na pesquisa é que apesar de já ter passado o ano é que os efeitos da crise ainda são fortes no orçamento, fazendo com que tenha dificuldades nas finanças e em colocar o orçamento em dia. A gente ainda vai ver em 2019 uma economia um pouco melhor, mas uma dificuldade em organizar”, disse.
De acordo com o planejador financeiro, embaixador para o N/NE da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, Paulo Marostica, é importante que os gastos e ganhos sejam contabilizados para que a economia seja feita de forma adequada. “O primeiro passo é ter a exata noção do quanto se ganha, é ter esse levantamento e não ignorar as despesas pequenas, como um café que se toma todos os dias, tudo deve ser contabilizado”, disse. Paulo também destacou a importância de não gastar com o que não se pode pagar e estudar sobre o planejamento.
“Quem quer poupar não deve priorizar esses gastos. O brasileiro é um povo muito imaturo quando o assunto é consumo desnecessário, onde ele consome algo que não precisa e não pode pagar. É preciso também encarar a poupança como uma despesa, onde ele se paga, se preocupando com o futuro”, contou.
A bióloga Karla Lima pretende poupar os gastos para conseguir um processo de imigração para o Canadá, mas ainda não tem a certeza de como vai adequar o seu orçamento com dívidas para isso. “Para conseguir esse processo imigratório, eu e meu marido iremos tentar reduzir as dívidas, é o único passo que sabemos até agora, temos muitas pendências com cartão de crédito”, afirmou. Karla disse ainda que tenta juntar dinheiro por um longo período, mas as dívidas não facilitam isso.
“Passamos 10 anos tentando fazer esse processo, mas não conseguimos, agora esse ano esperamos estabilizar as contas para utilizar o dinheiro que pagaria dívidas, também ser utilizado em uma poupança, ainda pensamos em um melhor meio de economizar”, disse. (Matheus Jatobá/Folha de Pernambuco)