A fadiga de material do projeto político e econômico do governo Temer é um problema para MDB, DEM e PSDB. Geraldo Alckmin, do PSDB, varia de 6% a 8%. Mesmo sem Lula, o tucano cresce pouco. Não conquista voto do campo de centro-esquerda. Ele tem de se virar no campo da centro-direita e direita.
Mas a fragmentação de pré-candidaturas desse campo e o desempenho de Bolsonaro atrapalham Alckmin. Alvaro Dias, do Podemos, é uma pedra no sapato do tucano na região Sul, sobretudo no Paraná. Alvaro Dias tem entre 3% e 4% com Lula na disputa e chega a 5% sem o ex-presidente.
O PSDB é o principal avalista do governo do MDB. A imagem está colada à da administração Temer. O mesmo acontece com Rodrigo Maia, do DEM, que é presidente da Câmara e aliado do governo.
Temer, Meirelles e Maia têm desempenho pífio no Datafolha porque são nomes governistas. Para complicar, a fragmentação desse campo é enorme. Os pré-candidatos de direita e centro-direita são 11, levando em conta que o MDB tem 2 nomes: Bolsonaro (PSL), Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos), Fernando Collor (PTC), Flávio Rocha (PRB), Afif (PSD), Meirelles ou Temer (MDB), João Amoedo (Novo), Paulo Rabello de Castro (PSC) e Rodrigo Maia (DEM).
No centro, há dois pré-candidatos: Marina (Rede) e Barbosa (PSB). Ambos podem fazer acenos à esquerda e a direita.
Na centro-esquerda e esquerda propriamente ditas, existem 4 candidatos: Lula (ou outro petista que o substitua), Ciro, Manuela D’Ávila e Guilherme Boulos. Se incluirmos Haddad e Wagner, seriam seis nomes.
A fragmentação política é maior na direita do que na esquerda. Isso enfraquece mais esse campo político. Para complicar o desejo dos setores mais conservadores da sociedade, Bolsonaro é o líder desse pelotão tão dividido. Estacionado, Bolsonaro bloqueia Alckmin e dificulta a aglutinação da centro-direita e direita.