A presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, foi questionada, em inúmeros momentos durante debate realizado nesta segunda-feira (1º), promovido por Folha, UOL, SBT e Jovem Pan, sobre os rumos da economia do país. Dilma foi cobrada a explicar os motivos da queda do PIB brasileiro e, pressionada, negou que o Brasil enfrente uma recessão.
‘Nós não estamos em recessão, porque o mercado consumidor ele aumenta por conta do emprego e por conta do aumento de salários’, defendeu Dilma.
‘A queda da atividade econômica atual é momentânea. A seca e o prolongamento da crise econômica tem um grande impacto’, afirmou.
‘Agora, a economia internacional não se recuperou da crise. Os Estados Unidos, Alemanha e Japão também estão ruim. Os EUA tiveram crescimento negativo no primeiro trimestre. Alemanha e Japão no segundo’, disse a
‘A candidata Dilma não consegue fazer uma coisa que é essencial para quem pretende fazer um segundo mandato: que é reconhecer os erros. Porque se não reconhece os erros, não tem com o repará-los’, comentou Marina.
‘Ela se elegeu falando que ia controlar a inflação. Hoje, nós temos inflação alta (…) e a população paga um preço muito alto pela péssima qualidade dos serviços públicos. Para o governo, quando tudo vai mal, a culpa é da crise internacional.’
A presidente, então, rebateu questionando a proposta de Marina Silva, que defende a autonomia do Banco Central.
‘Propor como forma de solucionar da crise econômica, a autonomia do Banco Central pode ser um erro’, rebateu Dilma que, novamente, voltou a exaltar o sucesso da organização da Copa do Mundo para pregar otimismo em relação à economia do país.
‘Pessimistas de plantão costumam criticar tudo. falavam que a Copa não ia dar certo, mas deu, por causa do governo e dos Estados. (…) O pessimismo é uma péssima forma de avançar’, completou.
O candidato do PSDB, Aécio Neves, também aproveitou o tema para pressionar a candidata do PT. Em mais de uma ocasião, mesmo quando era convidado a abordar outros temas, o tucano aproveitou para alfinetar a gestão atual.
‘O governo do PT perdeu um longo período que poderia fazer esses investimentos, parcerias com o setor privado é fundamental’, disse.
‘Ouvimos a presidente dizer no último debate que não se preocupa com a inflação. De lá para cá, tivemos a notícia que o Brasil está em recessão.’
Aécio recebeu menos perguntas e ficou em posição secundária no debate
Diante das regras do debate desta segunda-feira (1°.set.2014) entre os candidatos a presidente, que permitiam a alguns candidatos serem mais ou menos alvos de perguntas, Aécio Neves, do PSDB, neves acabou recebendo menos questões que Marina Silva, do PSB, e Dilma Rousseff, do PT.
Aécio Neves respondeu um total de 3 perguntas. Dilma e Marina responderam, cada uma, 4 perguntas. Isso deixou o tucano em uma posição secundária, que reflete em certa medida as últimas pesquisas de opinião.
O tucano também, em determinado momento, acabou fazendo uma aliança tácita com o microcandidato Levy Fidelix, do PRTB, quando trocaram perguntas e respostas sem se atacar, o que o nivelou por baixo da polarização principal no momento, entre Marina e Dilma. (Magno Martins)