Diário de Pernambuco – O Diario de Pernambuco, o mais antigo jornal em circulação da América Latina, completa 198 anos hoje. Coma data, o jornal relembra o passado, mas também olha para o futuro, entrando em contagem regressiva para os festejos de 200 anos. Criado três anos após o Grito do Ipiranga, o jornal é o único latino-americano a atravessar e registrar momentos cruciais da política, da economia e da cultura do estado e também do Brasil.
As páginas do veículo fundado por Antonino José de Miranda Falcão, em 1825, guarda sinais relacionados à Confederação do Equador, à Revolta Praieira, à Abolição da Escravatura, aos governos democráticos e ditatoriais brasileiros ocorridos ao longo do século 20, bem como a abertura de suas páginas para o surgimento e fortalecimento de movimentos literários e culturais, do Regionalismo ao mais recente Manguebeat.
“É singular encontrarmos um jornal com quase 200 anos de função ininterrupta”, enfatiza o professor Marcos Galindo, coordenador científico do Laboratório de Tecnologia do Conhecimento (Liber) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Galindo considera o jornal “um instrumento importante para a história e cultura local”. Ao contextualizar os trabalhados dos veículos pernambucanos da época, ele pontua que os outros jornais tinham uma preocupação de registar os acontecimentos econômicos, enquanto no Diario havia “gente que olhava o mundo com a ideia de jornalismo”.
Coordenador do Mestrado de História da Universidade Católica de Pernambuco, o professor Helder Remigio de Amorim afirma que o Diario, por sua trajetória, é e deve ser valorizado como um patrimônio pernambucano. Presidente do Diario, Carlos Vital diz ser uma grande honra estar à frente do jornal. “Poucas empresas e instituições no mundo têm esse privilégio. O Diario surgiu no Império e segue firme no seu propósito de defender a democracia e os interesses dos pernambucanos.”