Dia da Fotografia: saiba a origem da data

Por Daniel Medeiros/Folha de Pernambuco – Em tempos de cliques compartilhados nas redes sociais, a fotografia – invenção com quase 200 anos – segue exercendo um enorme fascínio nas pessoas. Não à toa, ela tem mais de uma data para chamar de sua. Embora a comemoração nacional seja em 8 de janeiro, o Dia Mundial da Fotografia é celebrado nesta terça-feira, 19 de agosto, revivendo as origens desta forma de arte tão popular. 

A data abraçada ao redor do mundo homenageia o daguerreótipo, invento anunciado pela Academia Francesa de Ciências no dia 19 de agosto de 1839. Criado pelo francês Louis Daguerre (1787-1851), o primeiro processo fotográfico a ser comercializado utilizava vapor de mercúrio para revelar as imagens e abriu as portas para o desenvolvimento das máquinas fotográficas. 

Em sua invenção, Daguerre contou com a colaboração de Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833), que morreu antes da finalização dos experimentos. No entanto, Niépce já havia conseguido criar, em 1826, aquela que é considerada a primeira fotografia da história. Intitulada “Vista da Janela em Le Gras”, a imagem foi registrada pelo método batizado pelo inventor de heliografia, obtido com exposição à luz solar. 

Apesar do reconhecimento dado a Daguerre e Niépce, é preciso destacar que a fotografia, como a conhecemos hoje, é fruto de diversas descobertas ao longo do tempo. Na mesma época que os franceses, Hercule Florence – um conterrâneo deles radicado no Brasil – trabalhou em suas próprias técnicas, mas não teve a mesma divulgação. Mesmo na Antiguidade, a sensibilidade de certos materiais à luz já era estudada e a câmera escura já servia para inspirar diversos experimentos. 

Através de quase dois séculos, a fotografia foi sendo aperfeiçoada graças às inovações constantes. Da criação do rolo de filme, passando pelas primeiras fotos coloridas, até chegar à revolução da fotografia digital, só o que não mudou foi o encanto que uma imagem captada pelas lentes hábeis de um fotógrafo é capaz de produzir. O segredo disso não parece estar no equipamento utilizado, mas no talento de quem consegue manipular a tecnologia para fazer arte. 

“A fotografia tornou-se tão popular que, hoje em dia, os fotógrafos disputam espaço com qualquer pessoa com seu smartphone. Mas é importante frisar que, por trás da câmera, há um profissional com olhar atento e treinado para aquela função. Esse vai ser sempre o diferencial”, aponta Paullo Allmeida, fotógrafo há 17 anos e parte da equipe de fotojornalismo da Folha de Pernambuco. 

Ricardo Fernandes, que também integra o time de fotógrafos da Folha, viveu a transição do analógico para o digital. “Lembro bem que, nas coberturas dos jogos de futebol, levávamos para o estádio cerca de cinco filmes com 36 fotos. Quando aquele filme estava perto de terminar, você tinha que rebobinar e trocar rapidinho, se não podia perder um lance importante. Sem falar, que ficava um motorista indo e voltando da redação do jornal para levar os negativos. Hoje em dia, a gente faz tudo pelo celular”, compara o profissional, que soma 30 anos de experiência no ramo. 

O exercício da fotografia se ramifica em diversos gêneros, como fotografia de moda, publicitária, artística, retrato e paisagem. Cada um com sua linguagem específica. O fotojornalismo, por exemplo, lida com a realidade e a necessidade de relatar fatos relevantes através de imagens, conseguindo transmitir sensações e emoções, mas sem perder a objetividade. “A gente precisa saber de tudo um pouco, porque uma hora a gente pode estar fazendo a foto de um prato de comida – tendo que passar a impressão de que aquilo é saboroso – e na outra registrando uma partida de futebol, precisando prever o chute do jogador”, exemplifica Paullo.