Renata Bezerra/Folha de Pernambuco
Em público, o assunto não ganhou ressonância até agora. Mas, nos bastidores, seja na base governista, seja nas Oposições, não está passando batido que o anúncio da filiação do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, ao DEM se deu sem que o nome do senador Fernando Bezerra Coelho fosse confirmado no mesmo movimento. Há quem não descarte, a essa altura do campeonato, uma permanência de FBC no MDB e ainda que ele possa fazer um caminho de volta à aliança liderada pelo PSB, como outrora se ventilou de forma mais intensa. Esse cálculo se dá com base no fato de que, na Oposição, há um clima de sintonia nítido entre o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, e a prefeita Raquel Lyra, ambos cotados para concorrerem ao Palácio do Campo das Princesas, isso aliado a um ambiente favorável às mulheres na disputa eleitoral. Há quem observe que Raquel, além da questão gênero, também “não é uma aventura” e que, valendo essa tese, Miguel também não teria os 35 anos necessários para concorrer ao Senado.
Em paralelo, há um sinal amarelo aceso para a possibilidade de o grupo dos Coelho adotar uma narrativa de que, não sendo Miguel o cabeça de chapa, eles teriam motivos para uma reconstrução com a Frente Popular, o que justificaria, na análise de alguns oposicionistas, Fernando não aparecer confirmado no mesmo movimento que Miguel faz de arrumar as malas para o DEM. A incógnita sobre FBC também ronda o ninho socialista, onde essa interrogação sobre o destino do senador ganha ressonância nas coxias. O detalhe é que desidratar o campo das Oposições já era parte dos planos vigentes no PSB e, em outra estratégia, também se considerava atrair o grupo dos Ferreira. Há quem não descarte que essa articulação com o prefeito de Jaboatão possa vir a se consolidar. Nesse caso, Anderson, que comanda o PL em Pernambuco, conseguiria atrair ainda o PSC, presidido por seu irmão, o deputado André Ferreira. E viria a ser o fiel da balança para manutenção ou não do tabuleiro atual nas Oposições.