A oferta e venda de bebês acontece de forma indiscriminada em páginas do Facebook e grupos de WhatsApp. São pessoas que procuram adotar crianças (de preferência, recém-nascidas) por meio de barrigas de aluguel e barrigas solidárias. Porém, a marginalidade dessas técnicas abre espaço para golpes.
A dona de casa C.F. sonha em se tornar mãe mais uma vez, mas, por causa da diabetes, as esperanças de gerar uma criança acabaram. Para tentar realizar esse desejo, C. procurou na internet por uma barriga solidária, que é o ato de a criança ser entregue por livre espontânea vontade da mãe para outra família, sem cobrar nada por isso.
C. conheceu uma mulher após receber a indicação em um grupo de WhatsApp. Nas mensagens que trocaram, a mulher se mostrou solidária e contou que estava grávida, mas disse que não teria condições de criar o filho e que o pai havia ido embora. Fotos da barriga também foram enviadas e a cada imagem a esperança de se tornar mãe novamente crescia.
— Ela parecia uma boa pessoa e se ofereceu para vir do Acre para minha casa em Minas Gerais. Aqui, ela daria a luz e, depois de algum tempo, partiria e deixaria o bebê.
A única condição imposta pela grávida era que fosse feito um depósito de R$ 800 para pagar os custos da viagem.
— Assim que depositei o dinheiro ela desapareceu. Fiquei com o nome dela e procurei a polícia. Além disso, contratei um detetive para encontrá-la no Acre.
C. afirma que não sabe o que vai fazer quando encontrar a mulher.
— Ela me fez sofrer demais e brincou com os meus sentimentos. Achei que ela fosse uma pessoa honesta.
O caso de C. não é isolado. Nos grupos de barriga solidária e de aluguel é comum ver publicações com alertas de golpistas que atuam nesse meio, além da reclamação de outras mulheres que passaram por situações semelhantes.
Continua…