Até a última sexta-feira, dia 31, a estratégia de Lula para se manter na mídia deu resultado. Não houve um só dia, da data de sua prisão, em 10 de abril, até hoje, em que ele não tenha aparecido nas páginas dos jornais e nos noticiários das rádios e das TVs com um “fato novo”. Ele esticou a corda até o limite do possível, mandando o PT dizer ao Brasil que seria candidato a presidente da República, quando até os carcereiros de Curitiba sabiam que o TSE iria indeferir o pedido de registro de sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa. Agora, definitivamente fora do páreo, o desafio do líder petista é transferir os votos que teria para o “poste” Fernando Haddad. Em passado recente, ele colocou luz em dois “postes” petistas – Dilma Rousseff em 2010, eleita presidente da República e reeleita em 2014, e o próprio Haddad em 2012, eleito prefeito de São Paulo, embora não reeleito em 2016. O país está a 1 mês da data das eleições e nesses 30 dias o ex-presidente vai tentar transferir pelo menos metade dos seus votos (39% no último Datafolha do mês de agosto) para o ex-prefeito de São Paulo, que ainda é desconhecido por mais de 40% dos eleitores. Caso consiga reacender esse “poste”, Haddad disputaria o segundo turno com Jair Bolsonaro, que está se aproximando perigosamente da Presidência da República menos por suas qualidades (que são poucas) e mais pelos defeitos dos seus adversários (que são muitos). (Inaldo Sampaio)