A investigação paralela da Assembleia Legislativa sobre o maior desastre ambiental de Minas, o rompimento de duas barragens da Samarco em Mariana, na região central do Estado, pode esbarrar no lobby das mineradoras. Entre os 20 parlamentares titulares e suplentes que vão apurar o desastre, 17 declararam doações de mineradoras nas eleições do ano passado que totalizam R$ 1.577.532 em recursos diretos ou indiretos, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Um milhão e meio de reais para investigadores da tragédia que pode alterar a legislação do setor no Brasil.
Os deputados já desistiram da criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que foi cogitada após o rompimento, e formaram a Comissão Extraordinária das Barragens, com menor poder de decisão – que não pode quebrar sigilo nem obrigar o comparecimento de investigados.
Entre os integrantes da comissão estão o petista Paulo Lamac, que engordou o caixa com R$ 572 mil declarados de mineradoras, Gustavo Corrêa (DEM), com R$ 240 mil, Gil Pereira (PP), com R$ 180 mil, Wander Borges (PSB), que ganhou R$ 164 mil, e João Vitor Xavier (PSDB), que viu o saldo da campanha crescer R$ 81 mil com a ajuda do setor. Dez colegas, no entanto, receberam menos de R$ 3.000 .
Somente Iran Barbosa (PMDB), Inácio Franco (PV) e Glycon Franco (PTN) não receberam recursos direitos ou indiretos (via partido) do setor em 2014 – os três são suplentes da Comissão. (R7)