Em coletiva realizada na tarde de ontem (05) o deputado federal José Augusto maia (Pros) tornou público o que já era levantado nos bastidores da política: de que o mesmo não sairia como candidato a estadual ou federal, pelo grupo taboquinha, nessas eleições. Visivelmente abatido, porém com tom de voz mais tranquilo em relação a outras entrevistas, o deputado anunciou, segundo suas palavras, “a decisão mais difícil de sua vida” ao longo de seus quase 30 anos de vida pública.
Antes mesmo do início do pronunciamento do deputado, o seus filhos Tallys Maia (cotado para ser o “plano B” caso a candidatura de José Augusto não fosse levada adiante pelas questões judiciais), Augusto Maia e a sua esposa, Jailda Maia, já demonstravam, em seus semblantes, o tom de como terminaria o anúncio de desistência do deputado quanto às eleições.
De acordo com Maia, tudo começou após as articulações que foram feitas para destituí-lo da presidência do Pros aqui em Pernambuco, que culminaram no apoio da legenda a candidatura ao governo do estado de Paulo Câmara (PSB) e a formação de um chapão a nível federal. O segundo motivo da desistência foi que, caso seguisse adiante com sua candidatura a federal, mesmo dentro do “chapão” de Paulo Câmara, teria que adotar uma postura contrária em relação à candidatura ao governo estadual de Armando Monteiro (PTB).
“Todos conhecem a minha história com Armando Monteiro, com nosso grupo político, com nossa região e jamais eu ia trair… Não é só Armando Monteiro. Eu ia trair mais do que Armando, eu ia trair o povo de Santa Cruz do Capibaribe e dessa região do Polo de Confecções. A história (política) que eu tive, desde quando fui prefeito, foi com Armando Monteiro”, frisou.
Ainda de acordo com o político, essa articulação foi capitaneada pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP), pelo prefeito de Santa Cruz do Capibaribe Edson Vieira (PSDB), pelo deputado estadual Diogo Moraes (PSB), pelo ex-governador e candidato a presidência Eduardo Campos (PSB) e outras lideranças dentro do próprio partido. “
Em um dos momentos mais tensos da coletiva, ao falar mais uma vez da suposta articulação que inviabilizou a possibilidade de disputa as eleições, José Augusto Maia endureceu o discurso contra o deputado federal Eduardo da Fonte (PP).
“O que me deixou chateado foi que Eduardo da Fonte deu um pronunciamento em Brasília dizendo que eu tinha tudo para escolher se eu era (candidato) para estadual ou federal. No fim das contas, na “hora H”, ele sumiu, desapareceu, não se para onde ele foi, mas isso… Eu tinha esse direito (de disputar as eleições)”, concluiu.
FUTURO – Nesse ponto, o deputado afirmou que se reuniu, na última quinta-feira (03) com Ernesto Maia e Toinho do Pará sobre a possibilidade de sair (ou não) a federal ou estadual e que tomaria a sua decisão política hoje (05). O deputado relatou que sua posição de desistência de disputar as eleições saiu após essa reunião realizada com Ernesto e Toinho e aproveitou para afirmar sua posição quanto ao nome de Tallys Maia.
“Nem eu e nem ele sairemos candidatos a deputado estadual. Essa decisão eu tomei, e antes que fosse colocado o meu filho, é porque o partido questionava que eu poderia ser não ser candidato por uma questão judicial, mas eu já tinha o nome do meu filho e isso foi só no começo, mas eu retirei. Essa decisão que eu tomo agora, que não sairei a deputado estadual, quero reiterar que vou apoiar os dois candidatos da terra, que estão no nosso lado político”, frisou.
Questionado sobre a possibilidade de disputar a eleição de 2016, frente à existência de um acordo dentro do grupo de que quem disputasse as eleições deste ano não disputaria as eleições municipais, o deputado foi evasivo, preferindo não entrar nessa polêmica.
“Se eu for responder isso agora, vou criar problemas. Eu acho que não devemos fazer isso. Alguém vai começar a jogar isso por aí, mas estamos tratando de uma candidatura de presidente, senador, de deputado federal e de dois filhos da terra a estadual. Não cabe nesse momento, em hipótese alguma, sinalizar futuras eleições. Nós temos que trabalhar essa para unir o partido”. (Blog Ney Lima)