O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou que “o melhor” para o crescimento do País e a democracia é a continuidade do governo Dilma Rousseff. “Mas isso exige que Dilma assuma o protagonismo” da situação econômica do País, a fim de trazer à sociedade “a esperança” de que o crescimento vai voltar. “Isso vai induzir os trabalhadores ao entendimento de que o risco de desemprego é menor. E essa esperança só pode ser dada pela Dilma”, disse.
“Não há menor esperança de ter equilíbrio fiscal sem a volta da esperança do crescimento”, ressaltou Delfim. Para ele, Dilma deveria ir ao Congresso e apresentar quatro ou cinco projetos que pudessem modificar problemas estruturais da economia. “É preciso que fixe um limite superior para a aposentadoria. Também é necessário que libere a livre negociação, como a proposta da CUT, entre trabalhadores e empresários, com a supervisão dos sindicatos”, comentou.
O ex-ministro destacou ainda que é fundamental acabar com vinculações de receitas, bem como acabar com a indexação de reajustes do salário mínimo, baseada a inflação passada. “Sem isso, não tem solução”, apontou. “Ninguém vai fazer ajuste e a inflação vai voltar para 4,5% só quando entendermos que é preciso uma coordenação muito melhor entre as políticas monetária e fiscal, bem como da administração da dívida pública.”
Delfim também destacou que a continuidade do governo Dilma até o final do seu mandato em 2018 é fundamental para a democracia. “A melhor coisa para o crescimento do Brasil é cumprir as instituições e os ditames da Constituição, Só isso permite crescer de 1% a 2% por 10 anos”, afirmou. (Magno Martins)