Augusto Tenório/Blog de Jamildo– No debate promovido pela Fiepe na manhã desta terça-feira, 18 de outubro, Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) protagonizaram uma disputa envolvendo o governador Paulo Câmara (PSB). As candidatas ao Governo de Pernambuco tentaram associar o gestor à campanha adversária, num embate que marcou o primeiro momento do programa.
Ainda na sua apresentação, Marília Arraes chamou atenção para questões do desenvolvimento econômico de Pernambuco, mas citou que essa pauta está associada com a economia nacional. A candidata defendeu que o melhor para economia do país é a eleição de Lula (PT), que recebeu mais de 65% dos votos no primeiro turno no estado, tornando-se um dos principais cabos eleitorais da região.
“Precisamos de um Brasil forte, assim como Pernambuco precisa voltar a ter o respeito do nosso país. O estado já foi exemplo, cresceu mais que o Brasil e teve taxas de pleno emprego, temos grande potencial”, disse, citando a relação do tema com obras de infraestrutura, como Suape, a Transnordestina e a Transposição do São Francisco.
Tentando contrapor o palanque lulista de Marília Arraes, Raquel Lyra tentou jogar à adversária a rejeição de Paulo Câmara. A ex-prefeita de Caruaru afirmou que Pernambuco vive o pior momento da sua história, afirmando tratar-se de um legado deixado pelo atual governador, que foi eleito em 2014 e reeleito em 2018.
“Como fazer Pernambuco mudar? É esse o desafio no segundo turno. No debate vai haver comparação de história, biografia, história e propostas. Fui preferia e deputada estadual. (…) Não dá pra falar de mudança quando se está no palanque de Paulo Câmara, como a outra candidata está”, disse a tucana.
Marília Arraes rebateu e atacou a gestão de Paulo Câmara. Disse que Pernambuco se transformou num celeiro de obras paradas e recusou ter apoiado o atual governador do estado e citou o ex-governador João Lyra (PSDB), que assumiu o governo após Eduardo Campos deixar o cargo para se candidatar à Presidência, e esteve na campanha de eleição de Câmara em 2014.
“Nunca votei em Paulo Câmara, diferente da minha adversária, inclusive quando seu pai era governador e foi crucial para a eleição de Paulo”, rebateu a candidata do Solidariedade. As falas sobre a atual gestão eram proferidas junto às respostas de Marília e Raquel sobre propostas voltadas à economia.
Marília Arraes ainda completou: “time a gente monta, seu time é o time de Bolsonaro e uma boa parte da turma de Paulo Câmara. O meio político sabe que o governador está te ajudando e, quem sabe, foi combinada a declaração de que Paulo subiria no meu palanque, o que nunca subiu, assim como foi combinada a declaração de Teobaldo sobre o voto em você e Lula”.
A candidata do Solidariedade faz referência ao apoio acuado do PSB à sua candidatura, declarado após Lula garantir apoio exclusivo à sua candidatura. A campanha de Marília Arraes vem criticando Raquel Lyra pela falta de posicionamento sobre a disputa pela Presidência e pela aliança com bolsonaristas em Pernambuco.
Raquel Lyra chamou Marília de “candidata das fake news”, citando decisões judiciais que determinaram a retirada de publicações que associavam a tucana a Jair Bolsonaro (PL). “Estamos no pior momento do estado de Pernambuco, não é hora de brincadeira nem de mentira”.