Lula tem sido pressionado por diversos interlocutores a mudar a postura adotada até agora, de certa discrição -ele não dá entrevistas, não diz que é candidato à sucessão de Dilma Rousseff nem tem dado a importância que alguns julgam necessária à frente jurídica.
Advogados e juristas ligados ao PT já aconselharam Lula a montar uma frente jurídica ampla, com escritórios em Curitiba, onde se desenrola parte da Operação Lava Jato, e em Brasília.
Mais do que uma defesa, ela serviria para antecipar movimentos da investigação, para que o ex-presidente e sua equipe não fiquem sabendo das coisas pelos jornais, como muitas vezes tem ocorrido.
Já cientistas políticos e especialistas em marketing o aconselham a lançar-se de uma vez por todas candidato a presidente em 2018. Dizem que os eleitores cativos de Lula só ficam sabendo, hoje, das notícias negativas sobre ele, agravadas pelo quadro de recessão patrocinado por Dilma Rousseff. Lula tem sido aconselhado também a dar mais entrevistas.
O ex-presidente tem desprezado todos os conselhos até agora. Na área jurídica, ele insiste que não tem nada a temer.
Sobre a candidatura, um de seus conselheiros afirma que Lula “está com medo de botar a cara para bater”. Ele teria temor de virar um alvo ainda mais vistoso do que se mantiver a dúvida sobre sua disposição de concorrer às eleições de 2018.
O mesmo conselheiro diz acreditar que, depois da operação da Polícia Federal, ontem, numa empresa de um dos filhos do ex-presidente, ele talvez se convença de que é alvo, declarando ou não ser candidato à Presidência.