Datafolha: Lula tem 53% dos votos válidos contra 47% de Bolsonaro

A primeira pesquisa Datafolha divulgada no segundo turno das eleições presidenciais mostra Luiz Inácio Lula Da Silva (PT) seis pontos à frente de Jair Bolsonaro (PL). Considerando os votos válidos, que é a métrica adotada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições, onde brancos e nulos são retirados, o petista aparece com 53% dos votos, contra 47% do chefe do Executivo. 
No cenário dos votos totais, Lula tem 49% dos votos, enquanto Bolsonaro tem 44%. Indecisos são 2%, e 6% dizem que vão votar em branco ou nulo. 
É a primeira pesquisa do instituto após o resultado das urnas no domingo, dia 2 de outubro. No primeiro turno do pleito, Lula teve 57,2 milhões de votos, totalizando 48,4% do total. Bolsonaro teve 51 milhões de votos, 43,2% do total. Os opositores tentam agora conquistar os votos depositados nos outros candidatos, além de tentar conquistar eleitores que não foram às urnas no dia 2 ou anularam o voto. 
O ex-presidente Lula ficou a dois pontos percentuais de ser eleito como o próximo presidente da República já no primeiro turno. A marca representa pouco mais de 1,8 milhões de votos válidos registrados no primeiro turno. 
Já Bolsonaro precisaria de mais de 8 milhões de votos para triunfar sobre o adversário e conquistar a reeleição. Os votos que irão eleger Lula ou Bolsonaro devem partir da migração dos votos de quem escolheu Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) para presidir o país no primeiro turno.
A pesquisa do Datafolha ouviu 2.884 eleitores em 179 cidades. O levantamento foi contratado pela Folha de S. Paulo e a TV Globo, e registrado no TSE sob o número BR-02012/2022. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Apoios na primeira semana de segundo turno. 
Nesta semana, Simone Tebet (MDB), que teve 4,9 milhões de votos, e Ciro Gomes, que teve 3,5 milhões, declararam apoio ao nome de Lula no segundo turno das eleições. 
Tebet disse que Lula tem o “compromisso com a democracia e a Constituição”, algo que ela não enxerga em Bolsonaro. “Ainda que mantenha as críticas que fiz ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em especial nos últimos dias de campanha, quando cometeu o erro de chamar para si o voto útil, o que é legítimo, mas sem apresentar suas propostas para os reais problemas do Brasil, depositarei nele o meu voto porque reconheço seu compromisso com a democracia e a constituição, o que desconheço no atual presidente”, disse. 
Mais modesto ao declarar apoio a Lula, na segunda-feira (4/10), Ciro Gomes afirmou que escolher o petista “é a última saída”. O pedetista terminou o primeiro turno em quarto lugar e recebeu quase 3,6 milhões de votos.
Do outro lado, Bolsonaro recebeu apoio dos governantes dos três estados mais populosos do país. Os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ) e Rodrigo Garcia (PSDB-SP) anunciaram formalmente a adesão à campanha pela reeleição do presidente.
Apesar de ter ficado estrategicamente distante de Bolsonaro no primeiro turno — para não espantar no eleitor que votaria também no petista Luiz Inácio Lula da Silva —, Zema foi o primeiro dos três governadores a manifestar apoio. Após uma reunião no Palácio da Alvorada, o governador reeleito de Minas destacou que esse é um “momento para colocar as divergências de lado”. Afirmou que acredita “muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário”, aproveitando para criticar o governo petista que o antecedeu — disse ter “herdado uma tragédia” do ex-governador Fernando Pimentel.
“Não poderia também deixar neste momento de estarmos aqui, colocando as nossas divergências de lado. Sabemos que em muitas coisas convergirmos e em outras, não. Mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar para frente, e eu acredito muito mais na proposta do presidente do que na do adversário (Lula)”, disse Zema. Em Minas, Bolsonaro recebeu 5,2 milhões de votos, no primeiro turno, contra 5,8 milhões do petista.