Cuba anunciou ontem (23) um próximo ensaio clínico para testar um novo medicamento desenvolvido por um laboratório nacional para tratar o Alzheimer, doença que está entre as principais causas de morte na ilha.
“Em Cuba, será iniciado nos próximos meses um ensaio clínico em todas as províncias do país para testar a eficácia e segurança” do NeuroEpo em pacientes com doença de Alzheimer em estado leve a moderado, disse em seu site o Ministério da Saúde Pública (Minsap).
O remédio, de aplicação nasal, teve “bons resultados para tratar doenças neurodegenerativas”, acrescentou.
Porém, esclareceu que “não existe um tratamento eficaz ou um método de prevenção comprovado para a doença de Alzheimer”.
“Em Cuba, as demências integram as principais causas de morte e são as que exigem mais atenção e cuidados em idosos”, apontou o Minsap.
Na ilha, “há, neste momento, 160 mil pessoas com demências”, numa população de 11,2 milhões de habitantes, indicou.
Estima-se que até 2030 esta doença “terá uma prevalência de 6,4% a 10,8%” entre os maiores de 65 anos.
A pasta destacou que, em 2015, “foram estimados cerca de 46,8 milhões de pessoas com demência no mundo, e isso se multiplicará a 65 milhões em 2030. Na América Latina e no Caribe, de 3,4 milhões, aumentará para 4,1 milhões em 2030”.
Cuba enfrenta um rápido envelhecimento de sua população, um de seus principais problemas devido ao êxodo migratório que vive, especialmente de jovens, que saem devido à grave crise econômica do país, a pior dos últimos 30 anos.
Segundo o Anuário Estatístico de Cuba, onde a expectativa de vida é de 78,89 anos, em 2020, 21% de sua população de cerca de 11 milhões de habitantes tinha mais de 60 anos.