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O ex-senador petista Cristovam Buarque pautou, em entrevista nesta quarta-feira (7), o mesmo que muitas figuras progressistas têm comentado ao falar das eleições presidenciais de 2022: a unidade entre frentes da esquerda. Acreditando que o Brasil precisa de uma intervenção para impedir o “modelo” político de Jair Bolsonaro (sem partido), Buarque diz que vê como melhor saída a concentração de forças no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ter maior amplitude política e melhor biografia. As declarações foram feitas aos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva durante o programa Sua Excelência, O Fato.
“Bolsonaro está provocando uma decadência nacional. Decadência do ponto de vista político, obviamente, mas também do ponto de vista da infraestrutura e da economia. Isso é trágico. Em 200 anos que temos de história, desde o período da República, têm sido de ascensão. Tem saída? As saídas são duas, mas uma delas é a unidade. Unidade dos democratas, independente das suas visões específicas e prioridades, s enão, corremos o sério risco da reeleição. Se Bolsonaro for reeleito, não é apenas a reeleição de um presidente, é a opção por um modelo. O primeiro Bolsonaro foi eleito por falhas nossas, dos democratas. Agora não, quem votar por ele, está votando por esse modelo, é opção. A unidade deve impedir esta tragédia”, declarou, inicialmente.
Cristovam também foi governador do Distrito Federal pelo Partido dos Trabalhadores e ministro da Educação no início do primeiro governo de Lula, entre 2003 e 2004. Apesar de ter se retirado da sigla após conflitos, declara que ainda é amigo de membros do partido, como Fernando Haddad, e reconhece em Lula o candidato com maior potencial para um começo de recuperação nacional. Buarque explica: “Lula tem a melhor biografia, dentre os políticos brasileiros, para presidir o País nesse momento de transição”.
O ex-senador acha que unir personalidades da esquerda ao centro, neste momento, pode dar força a uma necessária e incontestável vitória já no primeiro turno a fim de se construir um governo capaz de restaurar a destruição do Estado e das instituições brasileiras que vêm sendo desmontadas por Bolsonaro e pelo bolsonarismo. “Bolsonaro é muito pior do que todos os militares, é muito pior do que o Collor”, crê.
Buarque espera, ainda, que “por ser um necessário governo de transição”, Lula deixe claro que cumprirá um mandato de quatro anos e depois devolverá o País à normalidade institucional. “Fazer isso até amplia a biografia dele”, acredita. “Só Lula tem grandeza política para assumir esta missão, neste momento”.