Folha de Pernambuco
Em audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), ontem (29), o secretário estadual de Saúde, André Longo, afirmou que Pernambuco espera vacinar toda a população adulta com a primeira dose do imunizante contra a Covid-19 até setembro.
A aplicação da segunda dose em todos os adultos deverá ser feita até dezembro deste ano, acrescentou Longo.
“Essa é a nossa expectativa, caso se mantenham as entregas. Se houver aceleração das entregas, pode ser que acelere esse processo também de vacinação e se consiga fazer antes”, explicou o secretário aos deputados estaduais.
A previsão de entrega das doses do Ministério da Saúde constantemente vem sendo reduzida. Em junho, por exemplo, foram feitas cinco reduções pela pasta. Em maio, eram esperadas para junho um total de 52,2 milhões de doses. O total, no entanto, caiu para 37,9 milhões. A expectativa, a partir de contrato, é de até 560 milhões de doses até o fim deste ano.
Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) indicam que há 7,2 milhões de pessoas em Pernambuco com 18 anos ou mais aptos a receber a vacina contra a Covid-19.
Até a terça-feira, 3.044.157 pernambucanos receberam a primeira dose. Já aqueles que completaram o esquema vacinal somam 1.067.602 com a segunda dose e 28.190 com a vacina da Janssen, de dose única. O total de doses aplicadas, portanto, corresponde a 4.139.949.
A cobertura vacinal completa alcançou a marca de 15,2% da população adulta do Estado, entre segunda dose e dose única.
A declaração de Longo foi publicada no Diário Oficial da Alepe desta quarta-feira (30).
Balanço
André Longo também destacou a expansão de leitos para Covid-19 nos quatro primeiros meses de 2021 na rede hospitalar.
Dados apresentados pelo gestor aos deputados estaduais indicam que o total de leitos saltou de 923 no início deste ano para 1.645 no final de abril. Segundo Longo, essa expansão do atendimento foi uma das ações responsáveis pela queda nos índices de morte pela doença em Pernambuco.
“Estamos entre os cinco estados com menor taxa de letalidade do Brasil, disputando o segundo lugar com Alagoas. O Governo teve a coragem de resistir ao negacionismo e aos discursos fáceis e realizou os investimentos necessários na implementação da rede”, avaliou.
Ainda de acordo com o secretário, foi alcançado um maior controle sobre a transmissão da doença da metade do mês de junho em diante no Estado.
“Quando a taxa de transmissão (Rt) está abaixo de 1, há uma tendência de desaceleração. Chegamos a 0,8 nesta semana. A ocupação de UTIs baixou de 79%, na semana passada, para 73%, na atual”, informou.
Com esse cenário, a Secretaria de Saúde já avalia que leitos para Covid-19 em algumas unidades hospitalares poderão ser destinados a outras enfermidades, a partir de julho.
“Em alguns grandes hospitais do Recife, como Agamenon Magalhães, Getúlio Vargas e Barão de Lucena, teremos que devolver os leitos para as áreas ‘não Covid’ porque não podemos deixar que se formem filas no atendimento a vítimas de outras doenças”, avisou o gestor.
Para o segundo semestre, está planejada a retomada de cirurgias eletivas e o aumento de transplantes de órgãos – serviços que foram prejudicados pela pandemia. “Mas o remanejamento de vagas irá acontecer de forma lenta e gradual, pois estamos em alerta para o surgimento de variantes, como ocorreu com a P.1, que teve origem no Amazonas”, pontuou.