A explosão de casos de coronavírus no Brasil já trouxe reflexos diretos na vida das pessoas, onde a maioria da população está sendo obrigada a ficar em casa para evitar a transmissão comunitária. Com o exemplo da China que levou três meses para zerar a transmissão comunitária, é provável que somente em junho os casos do Covid-19 comecem a reduzir no Brasil, o que deixaria o país ainda mais próximo das eleições.
Com a eleição marcada para o dia 4 de outubro, e início das convenções para agosto, a dúvida recai não só sobre um eventual adiamento, já desconsiderado por algumas autoridades, e principalmente sobre a forma de fazer a eleição, onde o habitual corpo a corpo poderá ter que dar lugar a campanhas exclusivamente virtuais.
A própria atuação do Senado Federal já está sendo feita de forma remota, e o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que muito em breve as eleições poderão ser realizadas através do celular. O fato é que há uma série de incertezas sobre o processo eleitoral de 2020, mas existe outro fator que não pode ser desprezado.
Com a população tendo que ficar reclusa por conta do coronavírus, é possível que o eleitorado jogue a culpa nos governantes pela situação calamitosa. Em uma eleição de tiro curto, os prefeitos e vereadores poderão sofrer um desgaste muito maior e consequentemente terem dificuldade na busca pela reeleição. (Edmar Lyra)