Aline Gouveia/Correio Braziliense – José Pedro Castillo Terrones foi eleito presidente do Peru e assumiu a Presidência no dia 28 de julho do ano passado. Ele venceu com 50,12% dos votos pelo partido de esquerda Peru Livre, derrotando o candidato de extrema-direita Keiko Fujimori com diferença apertada. Nesta quarta-feira (7/12), ele foi destituído pelo Congresso por 101 votos favoráveis, após tentativa de dissolver o parlamento e convocar novas eleições.
Castillo se destacou no cenário nacional peruano na greve de professores de 2017, o movimento durou cerca de três meses e pedia aumento de salário à categoria profissional.
Pedro Castillo nasceu em 19 de outubro de 1969, na cidade de Puña. Ele é professor e líder sindical, começando a atuar em escola primária rural em 1995. Ele também foi diretor de uma escola na cidade natal. A trajetória na educação fez, portanto, que Castillo trilhasse um caminho de ativismo pela causa.
O atual presidente do Peru começou a carreira política em 2002, quando concorreu à Presidência da Câmara do distrito de Anguía, mas não foi eleito. Do ano de 2005 até 2017, ele atuou como membro do partido Peru Possível, na cidade de Cajamarca. Castillo se candidatou à Presidência do país sul-americano por influência de sindicatos.
Quando assumiu o posto de presidente, Pedro Castillo se comprometeu com uma nova Constituição para o país e afirmou defender o combate à corrupção. Por sua origem pobre, o político ascendeu ao poder criticando a elite política e econômica peruana. “Não mais pobres em um país rico” foi um mantra de campanha eleitoral.
Castillo é casado com Lilia Padedes e tem três filhos. Ele frequentemente nega que seja chavista ou comunista e as propostas econômicas do atual presidente já foram comparadas com o “socialismo bolivariano” da Venezuela. Castillo se aproxima de uma moral conservadora, se posicionando contra o aborto, casamentos homossexuais e abordagem de gênero na educação.
Impeachment, dissolução do Congresso e estado de emergência
Nesta quarta-feira (7/12), Pedro Castillo tentou dissolver o Congresso, declarar estado de emergência e instaurar toque de recolher das 22h às 4h. O presidente foi alvo da terceira tentativa formal de abertura de processo de impeachment, sendo acusado pela oposição de suspeita de corrupção e “incapacidade moral” para o cargo.