Na véspera deste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o G1 conversou com algumas cariocas do que são exemplos de superação e conta suas histórias.
Entre os casos, há quem tenha sido paciente e enfermeira na pandemia, quem venceu traumas da violência doméstica e quem se destacou em ambientes machistas em meios machistas.
Beatriz Cabral, 40 anos – A enfermeira que lutou contra a Covid nos hospitais e em casa
Quando a Covid começou a chegar nos lugares em que dava plantão como enfermeira, Beatriz Cabral, de 40 anos, já era formada há 15. Apesar de profissional experiente, viveu os medos de lidar com uma doença desconhecida, que evoluía rápido e trazia angústia aos pacientes e aos familiares deles por causa do isolamento.
E ela viveu toda essa experiência aterrorizante de perto. Primeiro, como paciente. Ela se contaminou com Covid em abril no ano passado e ficou isolada dentro da própria casa. Depois, precisou ser forte, ao ver o pai de 64 anos infectado e internado por quase 60 dias.
“O quadro dele evoluiu muito rápido. Foi internado em uma UPA e, em quatro dias, saiu de lá intubado para uma UTI.”
Mas o destino pregaria outra peça em Beatriz. A enfermeira que cuidava de todos teve que penar atrás de uma vaga em uma unidade de tratamento intensivo. O pai, o senhor Euri conseguiu, mas teve complicações graves como a parada dos rins, fibrilação de parte do coração e uso de medicação extrema para que o organismo não parasse.
Tudo isso enquanto Beatriz dava plantão de 24 horas, cuidava da casa, do filho e ainda via se ele estava acompanhando a aula on-line.
A angústia durou 30 dias. Euri deu sinais de melhoras, mas levou mais quase 30 para ter alta. Foi para casa e precisou de mais seis meses para voltar a falar, comer sozinho e ter uma vida normal.
“A primeira vez que eu o vi, ele estava bem abatido. Perdeu 22 quilos no hospital. Mas eu só queria que ele voltasse para a casa do jeito que fosse.”