Que o governo Jair Bolsonaro tem muitos acertos não é novidade para ninguém, mas também é uma usina de problemas causados pela verborragia do presidente da República. Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro tinha tudo para faturar com a aprovação em dois turnos na Câmara dos Deputados da reforma da Previdência, mas como prefere envolver-se em confusões, o que seria uma vitória política do presidente, acabou não tendo tanta vinculação com ele.
O grande beneficiário da aprovação da reforma da Previdência foi o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que soube capitalizar politicamente a aprovação, e os próprios parlamentares afirmaram que se não houvesse Maia, não teria reforma aprovada, o que certamente comprometeria o futuro do país e ainda mais o futuro do governo Bolsonaro.
O sentimento na capital federal é de que o Congresso Nacional, que já conquistou um grande protagonismo com a aprovação da Previdência na Câmara dos Deputados e terá aprovação rápida no Senado, é o de que no segundo semestre ficará cada vez mais latente que caberá ao Congresso e não ao presidente da República o protagonismo na condução dos destinos do país.
O presidente Jair Bolsonaro, eleito com quase 58 milhões de votos, está deixando, através das desastradas declarações, que o Congresso roube o que era para ser dele, que seria comandar os rumos do país. Mais uma vez a história se repete, de que governo fraco é sinal de Congresso forte, ou governo forte é Congresso fraco, a primeira opção é a que está ganhando força e se o presidente não der um freio de arrumação, correrá sério risco de chegar ao término do seu governo com a sensação de debilidade política, comprometendo seriamente suas chances de reeleição. (Edmar Lyra)