Agência O Globo
O Congresso restaurou ontem (17) o Fundo Eleitoral de até R$ 5,7 bilhões ao derrubar veto do presidente Jair Bolsonaro que buscava reduzir a quantia a menos da metade. Na Câmara, o resultado foi por 317 votos a 146. No Senado, 53 a 21. A matéria vai à promulgação.
Conforme mostrou o Globo, uma das legendas mais empenhadas em garantir o valor maior do chamado “fundão” foi o partido de Bolsonaro, o PL, que mobilizou seus parlamentares tanto na Câmara quanto no Senado.
Segundo caciques do partido, não houve qualquer pressão do Palácio do Planalto para que a decisão do Executivo fosse mantida, considerando que os recursos também vão beneficiar Bolsonaro na campanha de 2022.
— Todos sabemos que não fazemos eleição sem recurso. Já que não temos o direito de benefícios privados, vamos votar e orientar o voto não — disse o líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PB), pela derrubada do veto.
— Há necessidade de atualização do fundo eleitoral. O financiamento público foi o meio escolhido depois de tanta corrupção que o financiamento privado gerou. Só têm essas duas formas. A Justiça Eleitoral recebe R$ 10 bilhões por ano, uma eleição praticamente em um país continental, em que há uma infinidade de candidatos — afirmou o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ).
E emendou:
— É preciso dar os meios para aqueles mais desfavorecidos economicamente possam ter o mínimo de igualdade na disputa. Acreditar que a pessoa física vai financiar a campanha eleitoral não é crível.
Embora o presidente tenha defendido o total de R$ 2,1 bilhões, valor enviado ao Congresso, não houve um esforço para o convencimento da base do governo para a alteração ser concretizada. Na votação, a liderança do governo nas duas Casas silenciou sobre o tema.