Da Central de Notícias – A campanha eleitoral entra em uma nova fase nesta sexta-feira (26) com o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
Apesar do avanço da internet nos últimos anos, a TV aberta ainda tem um forte alcance no país, sobretudo entre os nichos mais populosos e vulneráveis da sociedade brasileira.
Desta sexta até o dia 29 de setembro, haverá dois tipos de propaganda no rádio e na TV. De segunda a sábado, haverá dois blocos de 25 minutos de conteúdo – 7h e 12h no rádio e 13h e 20h30 na televisão (os dois horários de maior audiência de cada meio).
Às segundas, quartas e sextas, propagandas para governador, senador e deputado estadual. Às terças, quintas e sábados, para presidente e deputado federal.
Além disso, haverá inserções de 30 ou 60 segundos dos candidatos nos intervalos dos programas de rádio e TV de domingo a domingo.
Na disputa de Pernambuco, a dúvida é quando haverá o início das críticas da campanha de Danilo Cabral (PSB) sobre Marília Arraes (Solidariedade). O entorno de Danilo tenta tirar votos ligados ao ex-presidente Lula, líder na corrida presidencial no estado, que estão com a candidata do Solidariedade.
Pesquisas de intenção de voto mostram que, ao menos até o momento, o eleitorado de Lula rejeita Danilo e opta por Marília. O candidato do PSB tentará reverter isso.
Para a missão, terá mais que o dobro do tempo de propaganda de Marília, que tentará resistir com menos tempo aos ataques do PSB, que, dois anos após fazer a campanha mais antipetista do Recife, se declara lulista de carteirinha.
Mas antes dos bombardeios à adversária, Danilo tentará associar sua imagem a Lula e a Eduardo Campos, evitando citar Paulo Câmara, que tem alta rejeição. Além disso, relembrará sua atuação como secretário de Educação no governo Eduardo.
Marília, por sua vez, começará a campanha com tom emotivo e propositivo. A palavra de ordem é tentar manter a liderança e, quem sabe, tentar um movimento de voto útil para derrotar o PSB numa improvável vitória em primeiro turno.
A mais conhecida de todos os candidatos também reforçará sua ligação com Lula, mesmo Danilo sendo o apoiado oficialmente pelo ex-presidente.
Com o segundo maior tempo – atrás apenas de Danilo, Miguel Coelho tenta superar a barreira do desconhecimento fora do Sertão pernambucano. Tentará apresentar seus feitos como prefeito de Petrolina.
Apesar de evitar lembrar que o pai – senador Fernando Bezerra Coelho – foi líder do governo Bolsonaro durante três anos, por temer contaminação da rejeição ao presidente à sua campanha, Miguel tentará atrair eleitores bolsonaristas. Miguel visa agregar votos para tentar chegar ao segundo turno.
Nesse embate terá como adversário Anderson Ferreira (PL), que é apoiado oficialmente por Bolsonaro. Anderson incorporou com mais veemência o bolsonarismo nos últimos meses.
Sempre foi ligado à direita, mas antes não “vestia a camisa”, como se diz na linguagem popular. O bolsonarista raiz da chapa é o candidato ao Senado, Gilson Machado Neto.
Anderson tentará capitalizar os cerca de 20 a 25% de votos bolsonaristas no estado. No segundo turno, é tido como presa fácil pelos adversários nos bastidores. É o preferido do PSB para um embate eventual no segundo turno, pois Danilo Cabral vincularia Anderson a Bolsonaro. Para isso, Danilo primeiro tem que chegar lá e “torcer por Anderson” na primeira etapa.
Mas, como Danilo Cabral é apoiado por Paulo Câmara, que tem rejeição grande assim como Bolsonaro, nunca se sabe o que pode acontecer.
Já Raquel Lyra tenta superar diversas adversidades: não tem cabo eleitoral forte nem grande tempo de TV.
A candidata do PSDB vai reforçar os vínculos com os aliados Priscila Krause, candidata a vice, e Guilherme Coelho, candidato ao Senado, que tem presença respectivamente na região metropolitana do Recife e no Sertão do São Francisco.
Raquel tenta justamente se tornar mais conhecida fora do Agreste. Na propaganda, apresentará feitos da sua gestão como prefeita de Caruaru.
Vai explorar o fato de ser mulher e lembrar a única chapa competitiva com candidata ao governo e à vice completamente feminina. Tentará atrair parte das mulheres que se identificam com Marília Arraes.
Na disputa presidencial, Lula e Jair Bolsonaro tentarão aumentar um a rejeição do outro. O indicador de rejeição é um dos mais importantes em uma disputa tão polarizada como essa.
O petista recorrerá às realizações do seu governo e fará comparações com o atual cenário econômico. Mas também lembrará pontos fracos de Bolsonaro, como o descaso com a vacinação, desestímulo à imunização, promessas não cumpridas e avanço da fome – com 33 milhões de brasileiro nessa situação – no atual governo.
Bolsonaro lembrará ações econômicas feitas às vésperas da eleição. Em paralelo, relembrará escândalos de corrupção dos governos do PT e as fragilidades do período do governo Dilma para justificar problemas atuais.
Ciro Gomes corre contra o tempo para tentar furar a polarização. O candidato do PDT tenta o improvável.
Os demais estão no mundo da ficção.