Fernando Haddad já acenou para “possibilidade de diálogo com o PSDB”. No último domingo, quando fez caminhada em São Paulo, afirmou o seguinte: “A autocrítica do PSDB é muito importante e constrói possibilidade de diálogo depois das eleições”. A aliados, Haddad já defende acordo com Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, de forma que quem for ao segundo turno apoie o outro. A lógica é evitar vitória de Jair Bolsonaro. Ontem, após evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Capital paulista, Ciro, por sua vez, flexibilizou o discurso ao ser indagado se estaria junto com Haddad “Se nós olharmos para trás, é fato. Estivemos juntos ao longo dos últimos 16 anos em que eu ajudei”, pontuou. E ponderou: “Mas o projeto que advogo para o Brasil não é o mesmo projeto do PT”. Ainda em agosto, indagado se em um cenário de segundo turno com Haddad e Bolsonaro apoiaria alguém, Ciro fora mais resistente: “Vale morrer?”. Pesquisa Ibope divulgada ontem apontou crescimento de 11 pontos do presidenciável petista, que passa a figurar isolado na vice-liderança com 19% (tinha 8%), enquanto Jair Bolsonaro lidera, com 28% (tinha 26%). Ciro manteve-se com os mesmos 11% da pesquisa anterior, Alckmin tem 7% (tinha 9%) e Marina 6% (tinha 9%).
Na última segunda, Haddad apostou em unidade da centro-esquerda no 2º turno: “Continuarei lutando para que estejamos juntos – não foi possível no primeiro turno, será possível no segundo, e, mais ainda, no governo…”. Haddad toma para si o desafio de ser o ponto de unidade do que petistas definem como “forças democráticas”. Esse debate em torno de acordo com Ciro e Alckmin, ainda não teve início internamente, segundo o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, mas ele, à coluna, faz a seguinte reflexão: “A luta contra o risco Bolsonaro diz respeito aos padrões civilizatórios. As forças democráticas terão que encontrar um entendimento”. (Renata Bezerra de Melo)