Por Vicente Nunes / Correio Braziliense
O governo está convencido de que, com ou sem reforma da Previdência, a economia vai crescer em 2018. As projeções que circulam pelo Palácio do Planalto apontam avanço entre 2% e 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Quanto maior for o crescimento econômico, acredita o presidente Michel Temer, maior será o seu cacife para negociar apoio a um dos candidatos à Presidência da República. O Planalto crê que dois concorrentes de centro disputarão o aval do peemedebista, dono da caneta mais poderosa do país. Olhando para o que se tem hoje, um deles será o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Assessores do presidente vêm vasculhando todos os indicadores econômicos para medir o potencial de Temer como articulador das eleições. Eles reconhecem que há dados animadores, como os de inflação e juros, que estão em forte queda, mas dizem que ainda é muito cedo para apostar em uma arrancada, devido ao pé no freio dos investimentos.
PROJETO AVANÇAR – Como os empresários não deram respostas aos apelos do governo — não na proporção desejada —, o Planalto resolveu lançar o projeto Avançar, que prevê gastos de R$ 42 bilhões para retomar obras públicas inacabadas. É mais do mesmo.
Para um dos principais assessores de Temer, tudo está sendo meticulosamente estudado. “O presidente não será um mero coadjuvante no processo eleitoral. Ele é impopular, ainda continuará impopular por um bom período, mas, se a economia reagir, como esperamos, a articulação para uma candidatura de centro passará, sem dúvidas, pelo aval do Planalto”, diz. Esse mesmo assessor ressalta que um dos motivos para Temer não ter jogado a toalha em relação à reforma da Previdência é evitar que uma onda de desconfiança abata o mercado financeiro e azede de vez o humor do empresariado.
Continua…