Com falta de vacina para crianças em capitais, Butantan tem estoque com 2 milhões de doses da CoronaVac

Por Alan Alves, Gabriela Pavão, Lucas Machado e Thaissa Martiniuk, GloboNews – Enquanto cidades brasileiras enfrentam a falta da CoronaVac, imunizante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em julho de 2022 para a faixa etária de 3 a 5 anos no combate a Covid-19, o Instituto Butantan, responsável pela produção nacional da vacina, em parceria com a farmacêutica chinesa SinoVac, possui um estoque de dois milhões de doses que vencem em meados de 2023 e que não foram adquiridas pelo Ministério da Saúde.

Em entrevista exclusiva à GloboNews, o presidente do instituto, médico e professor na Universidade de São Paulo (USP), Dimas Covas, afirmou que nenhuma encomenda adicional foi feita.

g1 procurou o Ministério da Saúde, mas não obteve retorno sobre os problemas na vacinação pelo país.

“O Butantan ainda tem estoque dessa vacina e existe uma demanda reprimida ainda, principalmente na população de 3 anos a 12 anos, que tem usado preferencialmente a CoronaVac. Nós estamos com estoque, portanto não estamos produzindo vacina, visto que não houve nova encomenda de vacina por parte do ministério. Se isso acontecer, além das 2 milhões de doses que nós temos disponíveis, é possível, sim, retomar a produção a qualquer momento”, explicou Dimas.

A última entrega realizada pelo Butantan ao Ministério ocorreu em setembro – outro lote de um milhão de doses.

O presidente disse que as doses fazem parte da encomenda feita logo que o imunizante foi aprovado para a faixa etária, há cerca de quatro meses, mas nenhuma manifestação posterior aconteceu.

“Nós estamos com a vacina pronta aqui. Esperamos que o Ministério se sensibilize e faça novas encomendas pra atender esses estados que precisam completar a segunda dose, principalmente as crianças”.

Segundo Dimas, foram ofertadas ao ministério 9 milhões de doses, e só houve a aquisição de 2 milhões. “As vacinas têm validade de um ano, vencem em meados de 2023 e precisam ser utilizadas. Estamos com essas vacinas estocadas”, completou.