Correio Braziliense
O segundo maior estádio do Brasil jamais comportou, em vidas, o equivalente ao número de brasileiros mortos pelo novo coronavírus. São 70.389 mil óbitos causados pela pandemia. Se fossem torcedores, superariam o público do jogo da seleção brasileira contra a África do Sul, no Estádio Mané Garrincha, durante a Olimpíada de 2016. As confirmações de novas infecções continuam acima de 40 mil pelo quarto dia consecutivo, com 45.048 casos, fazendo com que o país chegue a 1.800.827 confirmações da doença.
A previsão é que, entre a próxima terça e quarta-feira, o país atinja a marca de 2 milhões de infectados, segundo o Portal Covid-19 Brasil, uma iniciativa formada por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de São Paulo (USP).
A marca demonstra a rapidez com que a curva no país subiu nas últimas semanas. Em 19 de junho, o país alcançou 1 milhão de positivos confirmados e, caso a estimativa se consolide, o número dobrará em menos de um mês. Isso significa que o novo milhão deve vir 4,4 vezes mais rápido do que o primeiro, que se iniciou em 26 de fevereiro, quando foi registrado o primeiro caso no Brasil.
Com atualizações diárias na faixa de mil mortes, e mais de 40 mil casos, o país deve encerrar a semana 28, que vai de 5 a 11 de julho, mantendo a média de registro do fechamento semanal anterior. Para atingir o mesmo patamar da 27ª semana epidemiológica, os registros diários até o fechamento de hoje precisam chegar a 39.514 casos e 1.062 mortes.
No cenário mundial, apenas os Estados Unidos superam o total de casos e óbitos pelo novo coronavírus. Segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins, 133.847 norte-americanos perderam a vida nesta pandemia e mais de 3,1 milhões foram infectados. Somente a soma dos números brasileiros ao dos EUA representa 40% do total de casos em todo o mundo.
O crescimento preocupa os especialistas, que reforçam a necessidade de um isolamento efetivo para a queda na curva. “A gente vê uma política do (Poder) Executivo que é totalmente voltada para uma flexibilização mais precoce. A economia não pode parar e a gente entende isso, mas, pensando pela questão sanitária, nós tínhamos que ter feito essas medidas de isolamento e esperar estabilizar o número de casos para a gente ter essa abertura”, ressalta Rodrigo José, médico do serviço de controle de infecção hospitalar do Hospital Imaculada Conceição, em Curvelo (MG).
Estados
Liderando o ranking brasileiro de mortes e casos, São Paulo acumula 17.442 óbitos e 359.110 confirmações do novo coronavírus. Dos 645 municípios, houve, pelo menos, uma pessoa infectada em 632 cidades, sendo 407 com um ou mais óbitos. Entre o total de casos diagnosticados, 204.531 pessoas estão recuperadas, mas apenas aproximadamente 25% desses adoecidos precisaram, de fato, ficar internados. Mais de 51,5 mil pessoas que ocuparam leitos em SP já tiveram alta.
Atualmente, as taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 63,8% na Grande São Paulo e 65% no estado. O número de pacientes internados é de 13.550, sendo 8.259 em enfermaria e 5.291 em unidades de terapia intensiva.
Mato Grosso tem 986 mortes e Paraná está com 978. Minas Gerais o Rio Grande do Norte bateram a marca e têm, respectivamente, 1.504 e 1.356 fatalidades pela covid. Além deles e de São Paulo, outros 10 estados já ultrapassaram a marca.
O Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos, com 11.280 vítimas da doença. Em seguida estão Ceará (6.777), Pernambuco (5.482), Pará (5.224), Amazonas (3.008), Maranhão (2.392), Bahia (2.383), Espírito Santo (1.967), Alagoas (1.246) e Paraíba (1.229).