Por Edmar Lyra – Historicamente forte em Pernambuco, tendo governador, senadores, deputados federais, estaduais e ministros de estado, o clã Coelho perdeu as oportunidades de protagonizar a política estadual por não ter um partido. Nas eleições de 2022, enfim, o sonho do grupo se concretizou, com o lançamento da candidatura de Miguel Coelho ao governo de Pernambuco, mas a falta do controle do União Brasil dissipou energia que poderia ser direcionada para um projeto ainda mais competitivo na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas.
Presidido pelo ministro da Pesca, André de Paula, o PSD não conseguiu eleger em 2022 nenhum parlamentar. O próprio ministro ficou na terceira colocação da disputa pelo Senado Federal, bem atrás do segundo colocado em termos de votos. O partido já foi sonho antigo do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, ele tinha a expectativa de presidir a legenda quando houve a sua formação em 2011, mas acabou caindo nas mãos de André, que acabara de deixar o Democratas e não tendo sido reeleito para a Câmara dos Deputados por uma indicação do então governador Eduardo Campos ao presidente da legenda, Gilberto Kassab.
André de Paula está no ministério e ainda não sabe se voltará a disputar mandatos eletivos em 2026, mas precisará entregar a Kassab um bom número de prefeitos nas eleições de 2024 para na eleição estadual ter condições de montar chapas para federal e estadual. A chegada do ex-senador Fernando Bezerra Coelho e do ex-candidato a governador Miguel Coelho ao partido, pois ambos estão sem mandato, pode ser o primeiro passo para o fortalecimento da legenda, que teria também o prefeito de Petrolina, Simão Durando, para tentar a reeleição em 2024 pela legenda.
Essa equação é a típica ganha ganha, pois André de Paula seguiria comandando o PSD numa gestão compartilhada com o clã Coelho, e eles teriam condições de fazer do PSD de Pernambuco uma potência à altura do seu tamanho nacional. Uma vez no PSD, Miguel ficaria livre para reivindicar uma vaga na majoritária em 2026 se assim entendesse, e abriria o caminho para a chegada de parlamentares como Fernando Filho, Antônio Coelho e Cléber Chaparral, que são ligados ao grupo com vistas à reeleição.