A maior seca dos últimos 70 nos. O índice da barragem de Jucazinho, em Surubim, no Agreste, não atingiu nem 4% da capacidade dos 374milhões de metros cúbicos do reservatório está em 3,88%. Se não chover forte nos próximos 20 dias, a situação da represa, que abastece 12 cidades da redondeza, além de Gravatá, Bezerros e Caruaru, ficará bem crítica. A solução da Compesa para que população não seja prejudicada é utilizar o volume morto (água que fica no fundo das represas). No entanto, o volume atual só conseguirá fornecer o recurso até fevereiro do próximo ano. Após esse período, caso o nível não aumente, a companhia adiantou que recorrerá a caminhões-pipa para suprir a estiagem. No mesmo período do ano passado, o índice do reservatório estava entre 20% e 30%.
“Se chegar ao volume morto, amos colocar uma balsa e fazer um ponto de captação para só utilizar a água nas 12 cidades”, antecipou o diretor regional da Compesa para o Agreste, Leonardo Selva. Só é possível captar água pela instalação normal até 3%. Desse número para baixo, é volume morto. Ainda de acordo com Selva, o manancial abastece as 12 cidades e em outras três – Caruaru, Bezerros e Gravatá – completa o abastecimento. “A partir de agora, Gravatá, Bezerros e Caruaru vão ficar sendo abastecidos com seus próprios mananciais. São eles: Brejão, Amaraji e Prata, respectivamente”, detalhou.
Por causa da forte seca que afeta a região, agricultores e moradores sentem na pele e no bolso a aridez. O agricultor José Mendes da Silva, 72 anos, que mora a aproximadamente oito quilômetros da barragem, reside na região desde que nasceu. Segundo ele, essa é a pior seca que enfrentou. “Fico preocupado. Em tempos bons, dava até para tirar um dinheiro no fim do mês. Hoje, a realidade é outra”, disse. Mendes acrescentou que, caso as torneiras sequem de vez, o jeito é ir até o reservatório.
Surubim, Casinhas, Vertente do Lério, Santa Maria do Cambucá, Frei Miguelinho,Vertentes, Toritama, Riacho das Almas, Cumari, Passira, Salgadinho e Santa Cruz do Capibaribe são as 12 cidades que são abastecidas por Jucazinho. A agricultora Rosilene Maria da Silva, 43 anos, mora no centro de Surubim e está assustada com o baixo nível da represa. “Tenho medo que seque ainda mais”.
Solução – Se as chuvas não forem suficientes para abastecer a barragem de Jucazinho e o reservatório secar em fevereiro, as cidades entrarão em colapso e a solução é fornecer caminhão-pipa para a população. Outra recurso importante, avaliou Leonardo Selva, chama-se a Adutora do Agreste, que caminha a passos lentos. “Está com ritmo muito reduzido. O Governo Federal não esta repassando o que deveria”, disse. (Folha de Pernambuco)