Chuvas deixam unidades de ensino sem aulas em PE; estado contabiliza 30 mil desalojados e desabrigados…

Do G1

Além de deixar 30 mil desabrigados e desalojados, dois mortos e duas pessoas desaparecidas em Pernambuco, as fortes chuvas que caíram no Agreste e na Zona da Mata Sul mudaram também a rotina das unidades de ensino. Nesta segunda (29), há duas unidades do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e uma da Universidade de Pernambuco (UPE) sem aulas. Ipojuca, no Grande Recife, também não abriu as portas das suas escolas. Um dos municípios mais atingidos pelas águas, Ribeirão transformou suas escolas em pontos de abrigo para os desabrigados.

De acordo com a assessoria de imprensa do IFPE, as unidades localizadas em Barreiros e Palmares, ambos na Zona da Mata Sul do estado, estão fechadas nesta segunda. À tarde, o instituto avaliará se estende a decisão para a terça-feira (30). Ao todo, 1.260 estudantes deixam de ter aula, nesta segunda-feira, no Campus Barreiros. Do total de alunos matriculados na unidade, cerca de 600 também tiveram que deixar as casas onde moram por causa das inundações.

Já as aulas na unidade da UPE em Palmares não têm previsão para serem retomadas. Segundo a assessoria de imprensa, o estrago no município impede que se vislumbre uma reabertura.

Ipojuca decidiu pelo não funcionamento das suas escolas. No município, os desabrigados ocupam quadras das unidades de ensino. Em Ribeirão, também na Mata Sul, as escolas foram transformadas em pontos de abrigos. Ao todo, há 112 famílias abrigadas nas cinco unidades de ensino do município.

 
Chuva provoca destruição e a morte de três pessoas no interior de Pernambuco

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“Estamos sem previsão de aula porque estamos atendendo a população. Todos estamos dando as mãos para que unidos consigamos sair dessa calamidade, que, realmente, estamos passando”, pontuou a secretária de Educação de Ribeirão, Carol Jordão.

Continua…

Barreiros, Palmares e Ribeirão estão entre os 15 municípios que estão em estado de calamidade após as fortes chuvas que castigaram a Zona da Mata e o Agreste, entre o sábado (27) e o domingo (28). Ao todo, a chuva deixou 30 mil pessoas desabrigadas e desalojadas e dois mortos no estado, além de dois desaparecidos.

Calamidade

No domingo (28), foi decretado estado de calamidade em 15 municípios pernambucanos: Rio Formoso, Ribeirão, Água Preta, Palmares, Catende, Maraial, Belém de Maria, Barreiros, Amaraji, Barra de Guabiraba, São Benedito do Sul, Cortês, Jaqueira, Gameleira e Caruaru. Duas pessoas morreram soterradas, em Lagoa dos Gatos.

Chuvas provocam mortes e estragos em PE (Foto: Editoria de Arte/G1)

Chuvas provocam mortes e estragos em PE (Foto: Editoria de Arte/G1)

Ainda em Caruaru, mais de 200 ruas foram danificadas, 30 muros de escolas correm o risco de desabar, unidades de saúde foram atingidas, 13 casas desabaram, e a Casa de Saúde Bom Jesus e a prefeitura foram parcialmente interditadas por causa das chuvas.

Em Rio Formoso, na Zona da Mata Sul, até um hospital foi invadido pela água. A previsão da Apac para esta segunda-feira (29) é de chuvas fracas a moderadas em todo o litoral do estado, especialmente na Zona da Mata Norte de Pernambuco.

Em reunião com o governador Paulo Câmara (PSB), no Palácio do Campo das Princesas, o presidente da República, Michel Temer, autorizou, também no domingo (28), o envio de ajuda humanitária para atender as cidades pernambucanas em estado de calamidade devido às fortes chuvas que caíram nos últimos dias, na Zona da Mata Sul e no Agreste do estado. Ele ainda se comprometeu com a liberação de uma linha de crédito de R$ 600 milhões, junto ao BNDES, para obras no estado.

Solidariedade

Para ajudar as famílias que perderam praticamente tudo nas enchentes, diversas instituições e entidades realizam arrecadação de alimentos não perecíveis e objetos de higiene pessoal. Há pontos de coleta no Recife, em Olinda e nos 15 campi do do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).

Entenda as fortes chuvas

No Nordeste, as chuvas ocorrem por causa de um fluxo de vento que vem do oceano carregado de ar úmido, formando nuvens carregadas na costa e na Zona da Mata. De acordo com o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia, trata-se de um sistema chamado onda de leste, comum nesta região no outono e inverno.