Opinião/ Blog Cenário
Com filiação para ingressar no Partido Liberal marcada para o dia 22 deste mês, o palanque de Bolsonaro ainda é uma incógnita em Pernambuco. Logo que seu novo endereço foi anunciado, surgiram rumores de que o prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, perderia o controle da sigla no estado para o presidente da República, que poderia indicar um nome de sua confiança. Mas, em nota, o presidente nacional do partido fez questão de reafirmar que caberá ao gestor jaboatonense a condução dos trabalhos em 2022. Caso essa definição se sustente até as convenções, o chefe do Planalto vai precisar procurar um suporte fora do seu próprio partido, já que Anderson pretende manter a legenda junto ao Movimento Levanta Pernambuco.
Anderson Ferreira pode naturalmente seguir ao lado de Raquel Lyra (PSDB), mas pedindo votos para Bolsonaro, já que o mesmo pertencerá ao seu partido. Acontece que o prefeito não está nem um pouco preocupado em nacionalizar a eleição e tem pregado que quer debater Pernambuco. O problema é se o PSDB estadual vai achar interessante essa ligação, já que esse será um dos grandes argumentos da Frente Popular.
Valdemar Costa Neto não quer Bolsonaro no PL porque acha o presidente da República o melhor quadro da política brasileira, mas sim porque ele pode contribuir para eleger um número expressivo de deputados federais e senadores, tornando o fundo eleitoral da sigla um dos maiores do país.
Entre as inúmeras possibilidades, existe a chance, mesmo que remota, de o prefeito Miguel Coelho (DEM) pedir votos para Bolsonaro em Pernambuco, considerando que o seu pai, Fernando Bezerra Coelho (MDB), é líder do Governo Federal no Senado. Outros nomes como Clarissa Tércio (PSC) e Coronel Meira (PTB) já demonstraram interesse em liderar esse palanque no estado.