Opinião: O novo jeito de fazer política de Bolsonaro já naufragou…

João Filho NUNCA EXISTIU um político eleito que tenha cumprido todas as expectativas oferecidas durante a eleição. É natural da política, mas Bolsonaro certamente levará o chamado “estelionato eleitoral” para um novo patamar. O presidente eleito justificou a nomeação de ministros envolvidos em denúncias afirmando que a “questão ideológica é mais grave do que a corrupção”. Sobre a nomeação de um réu no Supremo, debochou: “Eu também sou réu no Supremo. E daí?” A estupidez dos comentários já não choca mais ninguém. “Nós já fomos nos acostumando”, como tantas vezes recomendaram os militantes bolsonaristas. Mas vai ficando cada vez mais claro que a bravata moralizadora — a principal arma da campanha eleitoral — serviu apenas para ludibriar os eleitores que acreditaram que o capitão representaria um novo marco ético no país. Quanto mais vai chegando perto da posse, mais a realidade vai se impondo sobre a bravata. Aos poucos, é possível que parte […]

A saída exemplar de Armando Monteiro do Senado…

Eleito em 2010 ao lado de Eduardo Campos e Humberto Costa, Armando Monteiro (PTB) começa a se despedir do tapete azul do Senado em grande estilo, depois de amargar duas derrotas consecutiva para o Governo de Pernambuco em 2014 e em outubro deste ano. Mesmo perdendo o protagonismo na liderança da Oposição no Estado, Armando encerra seu mandato de oito anos na Casa Alta em Brasília com grande estilo. Ainda essa semana fez um discurso pesado contra a flexibilização da Lei da Ficha Lima e foi figura importante ao lado de Randolfe Rodrigues para que esse projeto fosse para o ralo. Ontem, começou valer uma lei de sua autoria para ampliar a desburocratização da exigência de documentos excessivos em viagens. Outro projeto de sua autoria que tornou-o conhecido Brasil a fora foi a Lei do Simples Nacional. O pernambucano sempre foi uma voz forte e altiva na Comissão de Assuntos Econômicos […]

Bolsonaro pode quebrar tradição de ministros pernambucanos …

Pernambuco sempre teve uma tradição de oferecer seus quadros para ocupar pastas importantes na Esplanada dos Ministérios, tendo uma longa lista de homens públicos forjados no estado para atuarem como auxiliares dos presidentes. Agamenon Magalhães foi ministro do Trabalho entre 1934 e 1937 durante o governo Getúlio Vargas, já seu genro Armando Monteiro Filho ocupou o ministério da Agricultura entre 1961 e 1962 durante o governo João Goulart. Numa era mais recente, já no governo Sarney, tivemos quatro ministros importantes, o primeiro foi Marco Maciel que ocoupou a Educação entre 1985 e 1986 e a Casa Civil entre 1986 e 1987, o segundo foi Fernando Lyra que assumiu o ministério da Justiça entre 1985 e 1986, tendo sido indicado por Tancredo Neves e mantido por José Sarney e o terceiro foi Joaquim Francisco que ficou apenas cinco meses de 1987 no ministério do Interior e o quarto foi Marcos Freire […]

Eleição de vereador do Recife será dificílima em 2020…

As eleições deste ano trouxeram muita renovação em todo o Brasil, porém em Pernambuco tivemos uma renovação menor do que o esperado tanto para deputado federal quanto deputado estadual, mesmo assim a abstenção foi muito grande em todo o estado sobretudo para a disputa proporcional, o que fez com que muitos deputados fossem eleitos com votações aquém do esperado. Na capital pernambucana foram apenas 799.885 votos válidos para deputado federal e 851.728 votos válidos para deputado estadual, numa abstenção significativa em relação a pleitos anteriores. É provável que este fenômeno se repita em 2020, quando estarão em disputa 39 vagas de vereador do Recife, com o agravante da ausência da coligação proporcional, que certamente dificultará a formação de chapas mais competitivas feitas de última hora. O desgaste da classe política quando houve deputados que tiveram sua votação caindo pela metade em 2018 deverá se agravar muito na eleição municipal, uma […]

Faltou a Bolsonaro o Posto Ipiranga da Educação…

No processo de escolha do ministro da Educação, Jair Bolsonaro esteve muito próximo de tomar uma decisão que elevaria sua estatura. Preferiu, entretanto, rebaixar o teto de sua futura Presidência. Bolsonaro cogitou a sério nomear um craque: o educador Mozart Ramos. Vetado pela bancada da Bíblia, Mozart foi trocado pelo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, indicado pelo polemista Olavo de Carvalho. Guru ideológico da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho já havia apadrinhado o chanceler Ernesto Araújo. Está prestes a empatar com o DEM em número de ministros. Eis o placar: Olavo 2 X 3 DEM. Nada é mais desesperador no Brasil do que a unanimidade educacional. Entre os políticos, não há quem discorde: reverter a deterioração do ensino público é uma prioridade máxima. A despeito disso, a educação nunca dá o prometido salto. Bolsonaro ajuda a entender o motivo. Enquanto o presidente eleito transitava na área educacional entre o acerto e o […]

Paulo Câmara fará rodízio de secretarias em 2019…

Reeleito no dia 7 de outubro derrotando novamente Armando Monteiro, o governador Paulo Câmara tirou um período de férias no exterior para recarregar as baterias. Porém, tão logo voltou do descanso, o governador terá que se debruçar sobre a formação do secretariado para o segundo governo, levando em consideração a chegada do PT para partilhar os espaços do futuro governo. Assim como em 2010 quando Eduardo Campos foi reeleito, o que se comenta nas coxias palacianas é que Paulo Câmara fará um rodízio de secretarias retirando nomes que ficaram os quatro primeiros anos numa pasta e nomeando outros, também há informações de que alguns nomes não serão reaproveitados no segundo governo por terem criado significativas arestas com aliados do governador. Tacitamente há três compromissos imediatos do governador para ajudar aliados, que obrigam a convocação deputados eleitos para o primeiro escalão. No chapão da Frente Popular, o governador convocará dois nomes, […]

Major Ferreira insere nome de Pedro Jorge na lista de mártires…

Foi sepultado ontem no Recife o corpo do ex-major José Ferreira dos Anjos, protagonista de um crime que abalou o país no dia 3 de março de 1982 (3 de março foi também o dia do assassinato, só que em 1945, do líder estudantil Demócrito de Souza Filho, que lutava contra a ditadura do Estado Novo). Ferreira, tido como corajoso e exímio atirador, teria prestado à ditadura militar os serviços mais sujos. E pagou caro por sua ousadia ao transformar-e no autor intelectual da morte do primeiro procurador da República assassinado no exercício de suas funções: o alagoano Pedro Jorge de Lima e Silva, então com 35 anos de idade.  De formação católica, o procurador investigava um escândalo na agência do Banco do Brasil, em Floresta, onde o major era pessoa influente, da qual se tirava dinheiro para plantar mandioca e nada se plantava. Porém, apesar de sua reconhecida valentia, o major não praticou o crime com as próprias mãos. […]

Gestão Bolsonaro tem déficit estético pré-posse…

Josias de Souza Não foi preciso nem esperar pela posse. Ainda na fase de transição, virou fumaça aquela ideia de que Jair Bolsonaro é intransigente com os malfeitos. Ao contrário do que havia prometido aos seus eleitores, o novo presidente jogou no balcão das barganhas políticas um pedaço do primeiro escalão do governo. Bolsonaro entregou, por ora, três ministérios a deputados federais do DEM. Fez isso à sua maneira. Em vez de negociar diretamente com o partido, Bolsonaro tirou um ministro do bolso do seu colete e negociou outros dois com as bancadas temáticas da Agricultura e da Saúde. O efeito é o mesmo: os deputados são alçados à Esplanada no pressuposto de que as bancadas supraprartidárias que os apoiam votarão com o governo no Congresso. O capitão diz estar fazendo nomeações técnicas. Pode dar o nome que quiser. Mas será sempre uma nova maneira de batizar o velho costume […]

Oposição precisará de nome fora da política para disputar o Recife …

Desde que Eduardo Campos foi eleito em 2006 que o PSB através da Frente Popular venceu direta ou indiretamente eleições no Recife ou em Pernambuco. No governo do estado foram quatro vitórias seguidas, já na prefeitura do Recife foram duas vitórias com Geraldo Julio e uma com João da Costa indicando o vice-prefeito. As eleições tiveram em comum as derrotas de Mendonça Filho em 2006, 2008, 2012 e 2018, Daniel Coelho em 2012 e 2016 e Armando Monteiro em 2014 e 2018, além de nomes como Jarbas Vasconcelos em 2010, Humberto Costa em 2012 e João Paulo em 2016, que hoje integram a Frente Popular. As derrotas obtidas pela oposição trazem a reflexão do grupo, atualmente composto por PTB, PRB, PSDB, DEM e PSC, sobre a possibilidade de apresentar um nome novo, preferencialmente de fora da política para disputar as eleições de 2020 na capital pernambucana, levando em consideração, sobretudo, […]