A Polícia Civil do Rio vai retomar as investigações sobre o patrimônio de Ronnie Lessa, policial militar reformado acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. A informação é da diretora do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, delegada Patrícia Alemany.
Não apenas essa, mas outras 146 investigações estavam suspensas no departamento da polícia fluminense desde julho, quando o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, decidiu interromper – temporariamente – inquéritos que tinham como base relatórios de inteligência financeira não autorizados pela Justiça.
Nesta quinta-feira (28), porém, o plenário do STF decidiu, por 9 votos a 2, autorizar o compartilhamento pela Receita Federal – sem necessidade de autorização judicial – de informações bancárias e fiscais sigilosas com o Ministério Público e as polícias. São informações que incluem extratos bancários e declarações de Imposto de Renda de contribuintes investigados.
Também houve maioria a favor de permitir o compartilhamento de dados da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) – antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). No entanto, ainda não está decidido se o Ministério Público pode encomendar ao órgão informações de pessoas específicas para fins de investigação porque nem todos os ministros se manifestaram sobre esse tópico.
Por conta do horário, a sessão foi encerrada e o julgamento para definir uma regra em relação às solicitações do Ministério Público deverá ser retomado na próxima quarta-feira (4).
Em relação ao caso Marielle, delegados ouvidos pelo G1 acreditam que a retomada da investigação é importante para ajudar a identificar se houve um mandante do crime. A Delegacia de Homicídios da Capital, responsável pela prisão de Lessa e Queiroz, investiga se o crime foi encomendado.