Ao reafirmar, ontem, que repete o seu voto no segundo turno da reforma da Previdência, hoje, no plenário da Casa, o deputado Felipe Carreras (PSB) mostrou que manterá sua postura de independência na relação com o partido. Mais do que isso, deu uma sinalização clara de que não está preocupado com punições.
O Conselho de Ética do partido abriu processo de expulsão dele e mais dez deputados que se rebelaram no primeiro turno da votação. Havia uma expectativa na direção nacional do PSB de que alguns dos rebeldes viessem a rever seus votos, mas confirmadas as reincidências não restará ao comando socialista, se de fato zelar pela disciplina partidária, bater o martelo pela expulsão.
Se não agir assim, abrirá um precedente muito grave na bancada da Câmara. Quanto ao pernambucano Felipe, afastado do PSB tem amplas chances de disputar a Prefeitura do Recife pela nova legenda que o acolher em breve.
Aviso de Siqueira – Ao ser informado, ontem, do posicionamento do deputado Felipe Carreras, o presidente da executiva nacional do PSB, Carlos Siquera, disse que a recebeu sem qualquer novidade. “E creio que ninguém pediu para ele mudar de posição, ou seja, votar contra. A responsabilidade política é dele e as consequências também”, afirmou. Pelo visto, a tensão no PSB é muito grande.
Tom ameno – Já o líder do PSB na Câmara, Tadeu Alencar, disse que nunca alimentou expectativas de uma mudança de rota no voto de Felipe Carreras. Não quis, entretanto, endurecer o discurso. “Temos que avaliar também como votarão os dissidentes em relação aos destaques. Se votarem com o partido, a punição pode ser outra, amenizada”, avaliou. (Magno Martins)