O deputado Carlos Veras (PT) afirmou em entrevista ao programa Ponto a Ponto, do PT na Câmara nas redes sociais, que a Reforma da Previdência a ser enviada pelo governo Bolsonaro à Câmara, visa atender os interesses do capital privado nacional e internacional, e deixará a grande maioria da população na miséria ao se aposentar. Ao condenar as propostas publicadas pela imprensa, o deputado com origem política nos movimentos sociais destacou que apenas a mobilização da sociedade civil tem condições de barrar mais este retrocesso.
O parlamentar criticou especialmente a proposta defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de mudar o atual modelo de repartição [onde os trabalhadores na ativa contribuem para pagar os benefícios dos aposentados] para o de capitalização [onde cada trabalhador contribuirá para uma conta individual para ser resgatada em forma de aposentadoria no futuro].
“A Capitalização vai beneficiar a quem? Esse sistema atende apenas os compromissos de campanha do atual governo com setores neoliberais, com os bancos, colocando esse dinheiro [da Previdência] nas mãos da iniciativa privada. Precisamos, sim, é combater a sonegação, combater os desvios de recursos da Previdência para outras finalidades, e cobrar as dívidas, não retirar direitos dos trabalhadores. Essa reforma vai jogar a população na miséria”, apontou.
No Chile, onde o modelo de capitalização foi adotado ainda na década de 1980 pelo ditador Augusto Pinochet, o atual governo de Sebastian Piñera [de direita] tenta reformular o sistema pelo prejuízo social causado aos aposentados do País. Nove em cada dez aposentados chilenos recebem o equivalente a até 60% do valor do salário mínimo local, que é de US$ 450.
O parlamentar afirmou ainda que ao aumentar a idade mínima para ter acesso à aposentadoria e exigir 40 anos de contribuição previdenciária para o benefício integral [teto do INSS de R$ 5.833], o governo Bolsonaro vai jogar a maioria dos trabalhadores na miséria ao se aposentarem.
“Com essa reforma só haverá duas opções para o trabalhador: trabalhar até morrer ou morrer trabalhando. Esse governo não gosta e não dá prioridade ao pobre, e vimos isso pelo aumento que deu ao salário mínimo, que foi menor do que o previsto”, acusou.