Nas eleições de 2012 em meio à confusão do PT, o PSB decidiu lançar Geraldo Julio, enquanto Raul Henry desistiu de ser novamente candidato e Daniel Coelho e Mendonça Filho foram os nomes da tradicional oposição. Mendonça apostou no recall, enquanto Daniel surgiu como azarão na disputa.
Por ser a novidade daquela eleição e ser bom de debate e de televisão, Daniel Coelho cresceu como um foguete e polarizou a disputa com Geraldo Julio, desbancando Humberto Costa que foi o candidato do PT e ficou em terceiro lugar. Mendonça, por sua vez, murchou durante a eleição e ficou com apenas 2,24% dos votos válidos.
Passados oito anos daquele pleito, Mendonça e Daniel surgem novamente como pré-candidatos a prefeito. O primeiro obteve nova derrota majoritária em 2018, desta vez para o Senado, já o segundo foi novamente derrotado em 2016 para prefeito com uma redução abrupta do seu capital eleitoral em relação a 2012.
Na eleição de 2020, depois do sucesso da delegada Gleide Ângelo para deputada e de Jair Bolsonaro para presidente em 2018, bem como a proliferação de nomes atrelados à segurança pública, a delegada Patrícia Domingos, da extinta Decasp, surge como a grande novidade da oposição para disputar a prefeitura do Recife. Nome leve e com baixíssima rejeição, Patrícia tende a esvaziar Mendonça e Daniel, caso os três sejam candidatos, e garantir o voto da classe média, pois ela representa efetivamente uma novidade na política.
A Daniel Coelho e Mendonça Filho caberão apenas dois caminhos, o de serem candidatos e durante a eleição serem esvaziados pela candidatura de Patrícia ou apoiá-la e apresentar alguma condição de vitória para a oposição em 2020. Mais do que uma ameaça à hegemonia do PSB no Recife, a candidatura de Patrícia Domingos tem todas as credenciais para inviabilizar Daniel Coelho e Mendonça Filho para 2020. (Edmar Lyra)