Muito tem se falado que Bruno Araújo candidato a senador daria a Armando a cara de palanque de Temer, porém isso deverá ser assimilado somente por aquele eleitor que já não votaria em Armando em hipótese alguma. No meio político o sentimento é que a candidatura de Bruno ao Senado, que será confirmada em breve, contribuirá de forma efetiva para o projeto oposicionista devido ao excelente trânsito que Bruno tem entre os prefeitos pernambucanos.
Desde que Bruno comunicou a aliados que será candidato a senador que a sua postulação vem conquistando aderência entre os prefeitos de todas as regiões do estado, isso porque assim como Mendonça Filho, ele não fez nenhuma discriminação com prefeitos pernambucanos quando estava no ministério das Cidades.
A entrada de Bruno Araújo na disputa majoritária também tem um fator determinante, que é o de dar a Armando Monteiro a condição de candidato competitivo, uma vez que não terá na chapa nenhum arremedo de candidato, tanto Armando quanto Mendonça e Bruno são nomes com envergadura para os cargos que estão dispostos a ocupar. Isso tem um efeito político e eleitoral significativo tanto na classe política quanto perante o eleitor.
Também deve ter lastreado a decisão de Bruno o alto grau de indefinição da chapa governista, uma vez que nem Jarbas Vasconcelos nem Humberto Costa estão garantidos no Senado da Frente Popular devido às dúvidas suscitadas quanto ao destino eleitoral de seus respectivos partidos. Na eventualidade de não ter nem Jarbas nem Humberto na disputa, dificilmente surgirá um quarto nome competitivo para o cargo, tendo apenas Mendonça, Bruno e Silvio Costa disputando efetivamente as duas vagas de senador, uma vez que o governo terá que construir dois nomes de última hora, o que não será tarefa fácil para torná-los competitivos.
Faltando menos de 20 dias para a convenção oposicionista, marcada para o próximo dia 4, a oposição estará apresentando uma chapa muito forte para o jogo, dando demonstração de que está entrando na disputa para vencer porque identificou claramente a fragilidade do governo, que chega na reta final numa posição de dificuldade do ponto de vista político para fechar a chapa majoritária. (Por Edmar Lyra)