Carlos Brito/Folha de Pernambuco
Quando eleitores de um determinado candidato vão às urnas e fazem dele um vitorioso, é porque acreditam em suas propostas. Mais do que isso: acreditam que ele vá assumir a gestão e governar pelos próximos quatro anos. Mas nem sempre esse enredo tem o desenrolar que se espera.
Nos municípios de Pesqueira (PE) e Tuparetama (PE), o eleitorado pode ver suas expectativas frustradas pela justiça eleitoral. Pesqueira fez história ao eleger pela primeira vez um representante do povo indígena, o Cacique Marquinhos (Republicanos), para a prefeitura local. Mas possivelmente isso fique adiado.
Marquinhos vem enfrentando uma batalha judicial por conta do registro de sua candidatura, e não consegue reverter a seu favor. Tudo porque o cacique foi condenado por ter sido um dos autores de um incêndio considerado criminoso, anos atrás. O TRE-PE indeferiu sua candidatura e é provável que também perca no TSE.
Em Tuparetama, o prefeito reeleito Sávio Torres (PTB) vive a mesma situação. Ele viu o vice-procurador geral Eleitoral, Renato Brill de Góes, votar contrário ao Recurso Especial Eleitoral impetrado pela defesa de Sávio para rever a decisão do TRE que cassou o registro de sua candidatura. Ele alega que o recurso não deve prosperar pela robustez da decisão do TRE, que negou o direito legal de sua candidatura.
É muito difícil, senão impossível, haver nova eleição nos dois municípios. Caso o Cacique Marquinhos não tome posse, a segunda colocada Maria José (DEM) assume a Prefeitura de Pesqueira. No caso de Tuparetama, se não ser para Sávio, Deva Pessoa é quem assumirá a gestão. Na política, às vezes o que brilha nem sempre é ouro.