Candidatos negros são maioria pela primeira vez nas eleições de 2022

Por: Isadora Albernaz – Correio Braziliense – Pela primeira vez na história das eleições brasileiras, candidatos negros são maioria no pleito. Eles representam 49,57% dos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para concorrer a diferentes cargos. Desse total, 10 mil se autodeclaram pardos (35,65%) e 3.937 se consideram pretos (13,92%). Os brancos, por sua vez, são mais de 13 mil, o que representa 48,86% daqueles que tiveram sua candidatura registrada.
Apesar de representarem apenas 0,62%, o número de indígenas também é recorde, com 175 candidatos ao poder. A raça amarela é aquela com menor representatividade (0,4%), somando apenas 112 candidatos. Além disso, 150 não informaram e sete foram considerados pelo TSE como “não divulgável”.
Em 2018, os brancos eram 52,4% de todos os candidatos, isto é, 15.241. Na ocasião, 10.382 (35,7%) se autodeclaram pardos e 3.160 (10,86%), pretos; ou seja, 46,56% eram negros. Naquela eleição geral, os indígenas representavam apenas 133 dos candidatos (0,46%). Além disso, 0,58% eram amarelos. Nos pleitos de 2014, a quantidade de negros e indígenas era ainda menor: 44,26% e 0,32%, respectivamente.
Início da campanha
A campanha eleitoral de 2022 teve início nesta terça-feira (16). Dados atualizados nesta tarde pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que um total de 28.288 pedidos de registros de candidatura foram feitos e 28.094 já estão cadastradas; 159 foram consideradas aptas; e 35, inaptas. O prazo para que os partidos políticos, federações e coligações partidárias solicitassem o registro junto à Justiça Eleitoral para as eleições de 2022 encerrou-se na segunda-feira (15). 
O número de mulheres que tiveram suas candidaturas registradas junto à Justiça Eleitoral neste ano também bateu recorde, com 9.415 inscrições. Além disso, 34 candidatos declararam nome social – aquele pelo qual as pessoas transgênero, travestis e transexuais preferem ser identificadas. A maioria dos candidatos tem entre 45 e 49 anos e 55% chegaram a concluir o ensino superior