Nas eleições de 2018, somente aos 45 do segundo tempo que o PT definiu qual seria seu caminho nas eleições estaduais. A retirada de Marília Arraes foi sacramentada na véspera das convenções para dar lugar a uma aliança com o PSB que foi determinante para reeleger Paulo Câmara para governador e Humberto Costa para senador.
Naquela ocasião Lula estava na prisão e foi da carceragem da Polícia Federal em Curitiba que saiu a ordem para a retirada de Marília Arraes para retomar a aliança com o PSB. Assim como em 2018, Marília é novamente o epicentro de uma eleição majoritária, e a partir da decisão se ela será ou não candidata que teremos um desenho mais apurado do processo eleitoral.
A indefinição de Lula e do PT sobre o caminho adotado é uma forma de valorizar o apoio do partido nas eleições de 2020. Ao mesmo tempo em que mantém a possibilidade de Marília ser o nome do partido no ano que vem, não fecha portas para a manutenção da aliança com o PSB.
Para um observador político que conhece bem o ex-presidente Lula, a definição ficará novamente para o final, como em 2018, porque até lá a pré-candidatura de Marília poderá virar pule de dez para vencer, e neste caso seria bancada pelo ex-presidente, ou a retirada poderá ser determinante para a vitória do PSB no primeiro turno, o que valorizaria bem o PT de Pernambuco e quadros do partido, como o senador Humberto Costa que é o maior expoente da sigla no estado. (Edmar Lyra)