Correio Braziliense
A inadimplência atingiu em cheio os devedores das linhas de crédito mais caras do mercado. De acordo com dados do Banco Central, os débitos em atraso de mais de 90 dias, em maio, chegaram 14,9% no cheque especial — ante 14,45% de abril — e a 37,47%, no rotativo do cartão de crédito — em relação aos 36,42% do mês anterior. As taxas médias de juros das duas modalidades estão em 311,34% e 471,34% ao ano, respectivamente, as maiores da série histórica do BC.
Para Silvio Bianchi, especialista financeiro da DSOP, esses dois tipos de dívidas são as piores existentes, devido às elevadas taxas de juros. “Elas crescem de forma exponencial todos os meses”, explica. Que o diga o técnico em informática Felipe Nogueira, 26 anos. Sem dinheiro, ele se enrolou ao usar o limite de crédito de sua conta-corrente. No início deste ano, a dívida era de R$ 1 mil e, por conta dos juros, até hoje não conseguiu se livrar do débito. “Já haviam me alertado para o perigo de usar o cheque especial, mas, na época, não tinha como pagar algumas contas sem utilizá-lo”, lamenta.
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