O Brasil está longe de viver uma crise institucional. Tem instituições suficientemente sólidas para deixar esse risco distante. Crise institucional acontece quando as instituições param de funcionar ou entram em colapso.
No Poder Executivo, há um governo impopular, mas que não parou de funcionar. Nos últimos meses, o Congresso debateu a estratégia econômica do governo, votando o ajuste fiscal. Impôs derrotas, mas aprovou alguns pontos. O Congresso está trabalhando. Goste-se ou não do que tem discutido, votou um punhado de projetos.
O Judiciário e o Ministério Público, com apoio da Polícia Federal e da Receita Federal, estão atuando com independência e tocando a Operação Lava Jato, atingindo figuras importantes da República.
Portanto, as instituições estão cumprindo as suas funções. Temos, sim crises política e econômica.
Política porque o governo está fraco, há políticos de peso na mira da Operação Lava Jato, e ocorre um forte embate entre PT e PSDB. Crise econômica porque estamos num ano de recessão, com aumento do desemprego, inflação alta e queda do PIB (Produto Interno Bruto). Já temos um cenário sombrio suficiente do ponto de vista político e econômico. Não é necessário carregar nas tintas.
O importante é que as instituições estão dando conta do recado. O Brasil não é uma república de bananas, apesar de alguns políticos acharem que é e de muitos se esforçarem para que seja.