Conhecida nacionalmente como a “Terra da Música” ou “Terra dos Paus D’arco”, a cidade do Bom Jardim, encravada no Agreste pernambucano, também é celeiro de grandes artistas e literatos. Um deles, sem sombra de dúvidas é o funcionário público aposentado José de Sousa Félix, o Dhodó Félix, 79, literalmente um misto de poeta, cordelista, escritor, jornalista, professor, administrador e até político.
Neste início de 2021, quando o município do Bom Jardim comemora o sesquicentenário (150 anos) de sua emancipação política, Dodó Félix lança virtualmente, por conta da pandemia da covid-19, mais uma obra literária de sua autoria: Bom Jardim, Tempo & Memória, 597 páginas, pela Editora Cenário.
Conforme frisa Yony Sampaio em seu prefácio, “Dhodó Félix tem a preocupação de contar a história do seu pequeno mundo como a viveu e percebe sem alterações deliberadas que ressaltem aspectos que a exaltem ou até a detratem. Bairrista sim, mas sem exageros, como um conhecido de meu agreste pernambucano para quem o queijo coalho e a carne de sol do seu município eram os melhores do mundo. E os pequenos mundos multiplicam-se para formar a grande história. As histórias da vida privada viram a história das sociedades, a grande história.”
Bom Jardim, Tempo & História é uma contribuição permanente que Dhodó Félix dá a sua comunidade, para que todos conheçam a sua própria história coletiva, as suas origens, as dificuldades e contribuições daqueles que os antecederam.
No livro, o autor fala sobre assuntos e situações vividas em um determinado período da sua vida e de personagens que fizeram parte do seu convívio social. Ao relatar seus dias da primeira infância, Dhodó nos presenteia com um retrato de época marcado por acontecimentos, conversas, sonhos e preocupações do narrador e de todos os que ele observa ou que com ele convivem. A chegada do trem, da eletricidade, do rádio, da televisão, do futebol, das bandas de música, das disputas políticas e até mesmo da luta das mulheres por liberdade, são fatos acompanhados das reflexões de uma pessoa culta e curiosa que ama a sua terra natal.
Dentre outras obras, Dhodó tem 37 folhetos de cordel publicados e os livros “Gorjeios” (poesias-CEPE- 2013), “Bom Jardim dos poetas” (Bagaço-2014) e “Bom Jardim dos Paus d’Arco e outros perfis” (Livro Rápido-2016).