O presidente Jair Bolsonaro vai receber nesta quinta-feira, 8, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, viúva do ex-comandante do DOI-Codi Carlos Alberto Brilhante Ustra, morto em 2015. Ustra está entre os nomes apontados pela Comissão Nacional da Verdade (CMV) como responsáveis por crimes durante a ditadura (1964-1985).
Em conversa com jornalistas, o chefe do executivo não poupou elogios ao casal. “Tudo o que ela fez no tocante ao bom tratamento a elas [mulheres presas na ditadura], no tocante a enxoval, dignidade, parto. E ela conta uma história bem diferente daquela que a esquerda contou para vocês. Tem um coração enorme. Eu sou apaixonado por ela. Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer.”
Não é a primeira vez que Bolsonaro rende homenagens a Ustra. A fala mais famosa ocorreu quando o atual presidente era deputado federal, em 2016, ao votar pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
O presidente tem causado divergência ao negar os crimes cometidos pela ditadura. Na última semana, disse que o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi morto pela esquerda naquele período.
Dias antes da fala de Bolsonaro, porém, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, vinculada ao governo, havia reconhecido que a morte de Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, pai de Felipe, em 1974, ocorreu “em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado Brasileiro”.