G1
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou nesta sexta-feira (26), em Tianguá e em Caucaia, no Ceará, da assinatura da retomada e vistoria de obras viárias. Nos dois eventos, houve aglomeração.
A visita ao Ceará ocorre em meio à alta de casos de Covid-19 no estado e foi criticada do governador Camilo Santana (PT), que informou que não iria participar do evento. O toque de recolher no Ceará vai ser ampliado a partir deste sábado (27).
Bolsonaro criticou a adoção de medidas rígidas, em um momento que governadores e prefeitos restringem a circulação para barrar o avanço de Covid-19, e o país teve o recorde de 1.582 mortes em 24h na quinta-feira (25).
“Esses que fecham tudo e destroem empregos estão na contramão daquilo que seu povo quer. Não me critiquem, vão para o meio do povo mesmo depois das eleições”, afirmou o presidente.
O presidente disse ainda, sem dar detalhes, que ‘daqui para a frente, governador que fechar estado deve bancar auxílio emergencial’.
Aglomeração
Dezenas de apoiadores se aglomeram desde 15h no km 29 da BR 222, em Caucaia, na Grande Fortaleza para a visita. Depois da cerimônia em Tianguá, Bolsonaro visitou obras da duplicação da rodovia e o anel viário que liga Caucaia ao Porto do Pecém. O trânsito ficou intenso na via. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que até março, devem ser liberados os seis primeiros quilômetros da rodovia, e até junho, outros seis.
Bolsonaro discursou para uma multidão aglomerada na praça principal de Tianguá pela manhã. Grades que cercavam o local foram retiradas um pouco antes da cerimônia, e o público correu para próximo da tenda em que foi assinada a ordem de serviço da obra da Travessia Urbana de Tianguá, na BR-222.
O presidente desembarcou no aeroporto de Parnaíba, no Piauí, por volta das 11h; lá, conversou com apoiadores que se aglomeravam ao seu redor. Em seguida, a comitiva presidencial partiu em dois helicópteros para Tianguá.
Na quinta-feira (25), o governador do Ceará, Camilo Santana, anunciou em rede sociais que não estaria presente no evento e, sobre a visita, disse “não compactuar com o que considera um grave equívoco”.
Já o Ministério Público Federal no Ceará recomendou ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e às prefeituras de Fortaleza, Horizonte e Tianguá que evitassem multidões na visita do presidente. “Os números da pandemia em todo estado inspiram atenção redobrada, permanecendo o isolamento social como política pública mais eficiente e indispensável no combate à disseminação do vírus”, disse o MPF.
Esta é segunda visita de Bolsonaro ao Ceará como presidente. Em setembro de 2020, já durante a pandemia, o presidente participou de ato sem usar máscara e em meio a uma multidão. Em visitas presidenciais recentes, como a que fez no Acre na quarta (24), também houve aglomeração de pessoas: em Sena Madureira, a comitiva presidencial circulou em carro aberto e a população acompanhou o trajeto.
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