Ontem o deputado federal Jair Bolsonaro (sem partido), pré-candidato à Presidência da República, afirmou que o ex-presidente Lula (PT) interessa mais ao sistema do que ele. Bolsonaro se considera uma “ameaça ao sistema político”. “Lula para mim não é carta fora do baralho, até porque para o sistema interessa muito mais ele. Espero que para a população ele seja carta fora do baralho”, disse o parlamentar. Ao falar na crise da segurança pública do país, Bolsonaro ressaltou que “violência se combate com energia e, se preciso for, com mais violência”. Mas o deputado não se acha radical. Para quem o intitula de retrocesso do Brasil, Bolsonaro disse que perguntaria aqueles com esse discurso se não é certo ser radical no combate à corrupção, por exemplo.
“Você tem que ser radical na defesa das crianças em sala de aula ou deve deixar que nossas criancinhas de seis anos de idade aprendam a fazer sexo na escola?”, indagou, referindo-se às políticas de respeito à identidade de gênero. “Nós devemos ser radicais ou não no tocante ao armamento? O meu radicalismo é para dar a liberdade para todo e qualquer cidadão de bem, se assim entender, de poder comprar uma arma e tê-la dentro da sua casa para sua segurança”, enfatizou Bolsonaro.
A respeito das investigações dos políticos brasileiros e questionado se algo irregular poderia ser encontrado em apurações sobre a sua vida, Bolsonaro destacou que quanto mais lhe investigam, mais ele cresce nas pesquisas. “Eu tenho 62 anos de idade. Fiquei 17 anos no Exército Brasileiro. Saí como capitão e entrei na vida pública. Na ocasião do mensalão, em 2005 com Lula presidente, o Joaquim Barbosa falou que o único deputado do governo que não foi comprado pelo PT foi o Jair Bolsonaro. Isso não é virtude, é obrigação. Pode continuar me chamando de fascista, xenófobo, ciclista (?), não tem do que me acusar.”
Jair Bolsonaro disse que ainda não há partido definido para sua entrada, mas que várias legendas o estão sondando. Segundo ele, há a iminência da aprovação de uma nova lei eleitoral onde talvez seja criada uma cláusula de barreira. “O partido que não conseguir 2% dos eleitores, deixaria de existir. Não teria mais tempo de televisão nem fundo partidário. Então há uma corrida para os partidos se reforçarem. Partindo desse princípio, eu seria um reforço.” O deputado ainda contou que a única decisão tomada por ele até agora é a de deixar o PSC, onde tem vários amigos, mas não conta com o apoio da presidência para disputar as eleições. (Magno Martins)