O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu, hoje, em Brasília, o presidente do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), e o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) para definir a articulação da campanha de Lira pela sucessão na presidência da Câmara dos Deputados, hoje ocupada por Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Lira é o candidato do Palácio do Planalto e já começou a pedir votos em diferentes segmentos da Casa – entre eles, a esquerda. O Planalto avalia que a decisão do STF, que vedou a reeleição nas duas Casas, enfraquece o DEM de Maia e Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado.
Por isso, quer aproveitar para turbinar outro grupo – comandado pelo PP, por exemplo – e entrou nas negociações para as sucessões nas duas Casas. Entre as moedas de troca, estão: apoiar o MDB no Senado se o MDB abrir mão da candidatura própria na Câmara. Hoje, o nome cotado do MDB para concorrer contra Lira é o do deputado Baleia Rossi (MDB-SP).
No Senado, no entanto, parlamentares ouvidos pelo blog veem como preferência de Davi Alcolumbre o nome do senador Antonio Anastasia (PSD-MG).
Anastasia, que é vice-presidente do Senado, é respeitado entre os colegas e tem trânsito entre todos os partidos, incluindo a esquerda. Também, na avaliação de senadores, não teria o “carimbo do Planalto”, como seria o caso dos líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), ou no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO) – este último favorito do Palácio do Planalto e também com bom trânsito no Senado. Mas, na avaliação de Alcolumbre, muito próximo ao Planalto.
O atual presidente do Senado, que também comanda o Congresso, não gostou da forma como o governo comemorou, nos bastidores, a decisão no STF que barra as reeleições. Diferentemente de Maia na Câmara, não havia plano B no Senado: a maioria dos senadores apoiava a reeleição de Alcolumbre.
Agora, o presidente do Senado busca fazer seu sucessor, também em demonstração de força, e sua prioridade é se reunir com possíveis candidatos, como Anastasia, entre esta terça-feira (8) e sexta-feira (11)