Prestes a completar cinco meses no cargo de presidente da República, Jair Bolsonaro teve acertos na construção de seu governo, e erros no decorrer do mandato. Além dos erros do presidente, ele tem sido ainda mais prejudicado por quem orbita no seu entorno, como Olavo de Carvalho e seus filhos Flávio, envolvido em escândalos de corrupção, e Carlos, que sempre que pode se envolve em polêmicas desnecessárias, atrapalhando o governo do seu pai. O presidente, por sua vez, também comete erros primários ao dar declarações completamente desnecessárias.
Esse conjunto de trapalhadas tem sido determinante para que o presidente seja prejudicado junto ao povo brasileiro, que também vem recebendo uma enxurrada de informações nos meios de comunicação que denigrem a imagem do governo e do próprio presidente. Como consequência, a reforma da Previdência, que está tramitando no Congresso, começa a ter dificuldades de aprovação devido ao ambiente instável do governo.
A situação é tão complexa que com apenas cinco meses já há quem fale em impeachment do presidente. É óbvio que não há fundamento jurídico para uma medida tão drástica, mas somente o fato de se cogitar um impeachment, já fica latente a necessidade de um freio de arrumação no governo, que só poderá ser dado pelo próprio presidente da República. Esse freio só terá efetividade se Jair Bolsonaro evitar assuntos polêmicos e orientar seus filhos e seus auxiliares a fazer o mesmo.
Além disso, a comunicação do governo precisa de um giro de 180 graus se quiser convencer a sociedade de que está no caminho certo. É fundamental que as pessoas entendam as reformas que estão sendo feitas e as ações que o governo pretende implementar para tirar o país da crise. A comunicação institucional não pode ser a toque de caixa como está sendo feita atualmente. Realizando estas medidas, atreladas a uma mudança drástica na relação institucional com o congresso, o presidente ganhará fôlego e sobrevida para dar nova perspectiva ao seu governo, que precisa urgentemente de um rumo político e administrativo. (Edmar Lyra)