Após a queda de Dilma Rousseff e ascensão de Michel Temer, com o processo de impeachment, o então deputado federal Mendonça Filho foi alçado à condição de ministro da Educação. Na pasta, que estava sofrendo com uma sucessão de erros, Mendonça conseguiu criar uma marca de trabalho e de resultados, como a reforma do ensino médio, a profissionalização da prova do Enem, e outras medidas que colocaram o setor em outro patamar.
Na formação do governo Jair Bolsonaro, o presidente fez a opção de nomear Ricardo Vélez Rodríguez, um colombiano que até então era um ilustre desconhecido para a maioria dos brasileiros. Nos quase três meses da sua gestão, além de não manter o alto nível do trabalho de Mendonça e Rossieli, seu antecessor, Veléz se envolveu em uma série de polêmicas que têm prejudicado o governo Bolsonaro por se tratar de uma pasta imprescindível no governo federal.
Ontem surgiu a informação da demissão de Vélez, que chegou a dizer que só sairia do cargo se o presidente lhe exonerasse. A notícia em pouco tempo foi desmentida pelo presidente Bolsonaro em seu Twitter, porém ficou evidente que a saída de Vélez é apenas uma questão de tempo e quanto mais ele ficar, maior o prejuízo para o governo do presidente.
Bolsonaro tem uma grande oportunidade de reparar um dos seus principais erros no governo quando não convidou Mendonça Filho para o MEC, pois o Brasil inteiro reconheceu seu trabalho, uma prova inequívoca foi a sua ida para a Fundação Lemann, que atua em diversas frentes voltadas para a educação. O presidente na convocação de Mendonça se livrava de Vélez, indicaria uma pessoa com capacidade comprovada e ainda ajudaria a diminuir a temperatura na conturbada relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que é correligionário e amigo de Mendonça e ficará sensibilizado com o aceno. A bola está com o presidente, agora só depende dele. (Edmar Lyra)